O voto de confiança da população de Loulé permitiu a Vítor Aleixo vencer as eleições autárquicas em Outubro de 2013. Uma confiança baseada em muitas promessas e compromissos. Volvidos cinco anos, é tempo de fazer um balanço do que (realmente) fez o executivo socialista

Os socialistas dominam como poucos a arte da promessa fácil e do cenário risonho. São tantas as benesses que o povo, regra geral, deixa-se rapidamente embalar pelo discurso motivador e por uma perspetiva que se lhe afigura mais favorável. É uma tradição a nível nacional – de que o próximo Orçamento de Estado é talvez o exemplo mais flagrante - mas também local. E Loulé não foge à regra.

No seu programa eleitoral, Vítor Aleixo prometeu tanto em 2013 que achou por bem repetir o feito em 2017. E se é verdade que a reeleição lhe correu de feição, não menos verdade é que teima em cumprir o que promete até à exaustão.

Ao assinalar cinco anos desde a eleição do executivo socialista, o PSD/Loulé não podia deixar de fazer um balanço sério e realista sobre tudo o que Vítor Aleixo e a sua equipa têm produzido. Sem demagogias, subterfúgios ou acusações vãs. O que aqui apresentamos são factos indesmentíveis, em contraponto às promessas do PS, pela análise de três áreas fundamentais.

 

1. Transparência e participação dos cidadãos

No seu programa eleitoral de 2017, o PS/Loulé elencava o incremento da participação dos cidadãos e uma gestão autárquica mais transparente como as pedras basilares para um segundo mandato.

Com a vitória eleitoral, ainda para mais expressiva, e uma capacidade financeira a todos os títulos invejável – são já mais de 80 milhões de euros que estão “parados” nos bancos – estariam aparentemente reunidas as condições para concretizar esta promessa. Só que, estranhamente, a realidade é bem diferente.

Estamos longe de ser os únicos a apontar o dedo nesta questão. Acumulam-se, por exemplo, as queixas de munícipes e outras entidades, nomeadamente no mundo associativo, sobre a dificuldade em serem recebidos pelos membros do executivo municipal. É também notória uma cada vez maior opacidade no processo decisório, ao invés da anunciada transparência.

Por fim, o tão falado envolvimento cívico nos projectos para o concelho não passa, afinal, de um grande embuste, em face dos valores diminutos que são  disponibilizados pela autarquia para o orçamento participativo. É verdade que ele existe, mas a sua expressão é meramente residual, limitando-se a promover pequenas intervenções nas freguesias. Muito diferente do que foi veiculado com tanta pompa e circunstância.

 

2. Investimento público municipal

Em meia década de governação socialista em Loulé, todos os grandes projetos executados pela autarquia transitaram do anterior executivo social democrata. Um cenário preocupante, que nos leva a

uma conclusão óbvia: a equipa de Vítor Aleixo vê-se a braços com um enorme vazio de ideias para lançar uma grande obra que seja.

Para quem tem mais de 85 milhões de euros em depósitos bancários, o desempenho é sofrível. E não é por isso de estranhar que sejam cada vez mais os munícipes deste concelho a questionar se num futuro próximo poderão aspirar a respostas para os seus anseios.

O desinvestimento municipal é flagrante nalgumas áreas sensíveis, como a Habitação Social (Habitação a custo controlados e Habitação para Jovens e Famílias carenciadas), Apoio à população sénior (Lares e Centros de Dia), Rede Viária, Educação (Escolas e Infantários), Desporto, Cultura (Centro Cultural de Quarteira) e Serviços Urbanos (Saneamento Básico e Mercado Municipal de Quarteira).

Como se explica este desinvestimento? Pela falta de liderança, de visão estratégica, e pela implementação de um modelo organizacional nos serviços camarários profundamente desadequado.

 

3. Investimento público do Estado

Apesar dos muitos investimentos anunciados, a verdade é que passado cinco anos – em que três deles coincidem com o PS na liderança dos destinos do País – Vítor Aleixo apenas conseguiu garantir junto do Governo da sua cor política, um só projecto relevante no concelho de Loulé. Trata-se da há muito reclamada requalificação do Porto de Pesca de Quarteira, e que agora vemos finalmente sair do papel.

Só que falamos de muito pouco, ou quase nada, no que toca às aspirações e necessidades dos nossos munícipes. O futuro Hospital Central do Algarve, que se iria situar no Parque das Cidades, foi agora excluído das prioridades do Governo. Para a requalificação do Centro de Saúde de Loulé não existe ainda sequer projeto. E o troço Norte da Circular de Loulé tarda em ser iniciado.

Sabemos da permanente disponibilidade de Vítor Aleixo para conviver com os representantes do Governo cada vez que nos visitam. Para tal, as constantes aparições televisivas ao lado de ministros e secretários de Estado são prova suficiente.

É pena é que a essa disponibilidade e ambição por mediatismo não consiga juntar capacidade de persuasão, de pressão política, e acima de tudo, de fazer ver aos seus camaradas de partido em Lisboa que Loulé – um concelho que em tanto contribui para o turismo, uma das principais indústrias exportadoras do País - reclama por mais e melhor.

Em suma, não é por se publicar uma revista com mais de cem páginas, cuja quase totalidade do seu conteúdo se refere a festas, que podemos avaliar positivamente os cinco anos de gestão municipal socialista.

Em rigor, classificamo-la como uma oportunidade perdida. Num contexto favorável, com crescimento económico e cofres municipais cheios de dinheiro, o PS de Vítor Aleixo prova não ser capaz de corresponder às legítimas expetativas dos louletanos.

E é por isso que acreditamos que os três anos que ainda restam ao atual executivo mais não servirão do que confirmar a incapacidade até aqui demonstrada. E, tal como sucedeu no passado, lá estaremos em 2021 para apresentar um líder, uma equipa e um projeto para devolver ao concelho de Loulé a importância e o dinamismo que merece.

 

Loulé, 30 de Outubro de 2018

Pela Comissão Política de Secção do PSD/Loulé

Gabinete de Comunicação do PSD/Loulé