O Orçamento de Estado para 2019 trouxe uma forte esperança para o Algarve no que respeita a uma melhoria considerável da mobilidade para a região.

Com efeito, durante a discussão na especialidade do OE na Assembleia da República, algumas forças políticas voltaram a introduzir propostas para a eliminação das portagens na Via do Infante. Mas o PS, mais uma vez, voltou a votar contra tais propostas, enquanto PSD e CDS se abstiveram. Em suma, estes três partidos continuam a ser os grandes responsáveis pelo atentado económico e social que diariamente é cometido na Via do Infante contra a economia e as populações do Algarve.

No entanto, o PS continua a assumir-se como o principal carrasco das legítimas aspirações dos algarvios, que rejeitam terminantemente a continuação desse erro crasso que foi a imposição de portagens pelo governo anterior no dia 8 de dezembro de 2011. Tanto mais que o primeiro-ministro António Costa, reconhecendo que a EN125 era um “cemitério”, prometeu levantar as portagens na Via do Infante antes das eleições legislativas de 2015. Desta forma, o PS e a direita não merecem a confiança do Algarve.

A PPP da Via do Infante é o maior crime social, económico e financeiro que se pratica na região, com o Estado a encher os bolsos da concessionária privada com quase 40 milhões de euros a cada ano que passa, para além de outros 30 milhões que esta recebe das taxas de portagens – 70 milhões de euros por ano! Um descalabro inaceitável para o erário público. O governo PS atual, tal como o anterior do PSD/CDS, ainda não tiveram coragem para pôr em causa poderosos e obscuros interesses que gravitam em torno da PPP da Via do Infante.

Na sinistralidade rodoviária o descalabro e a tragédia são ainda maiores, onde os acidentes na região já devem andar perto dos 10 000, pelo terceiro ano consecutivo. Desde 1 de janeiro deste ano e até 21 de novembro de 2018, ocorreram no Algarve 9 676 acidentes de viação, com 33 vítimas mortais e 180 feridos graves. São mais 6 mortos e mais 6 feridos graves do que no mesmo período do ano anterior e mais 5 mortos e mais 32 feridos graves do que em relação em 2017. Nos últimos dias ocorreram outros graves acidentes com diversas vítimas mortais. Uma tragédia muito grande e sempre a crescer o que tem lugar nas estradas algarvias, uma grande parte na EN125, considerada a via mais perigosa e mortífera do país, não obstante uma parte já se encontrar requalificada, enquanto a outra parte tarda em ser requalificada, devido às trapalhadas e jogos de pingue-pongue entre PSD e PS.

PS, PSD e CDS desperdiçaram mais uma oportunidade para se redimirem dos graves erros que continuam a impor ao Algarve. Fica assim muito claro, que os discursos piedosos proferidos por PS, PSD e CDS não passam de pura hipocrisia e de puros atos de cinismo que apenas têm como objetivo enganar o povo do Algarve. Da mesma forma, António Costa deixou cair a máscara, mostrando que as suas promessas para um melhor desenvolvimento desta região não são para cumprir, usando-as quando lhe dá jeito.

A proposta do governo de processar uma pequena redução das portagens no início de 2019, apenas para os veículos de mercadorias, é injusta e insuficiente, pois não vai abranger a maioria dos veículos.

A luta pela abolição das portagens no Algarve é o que se impõe e que terá de ser reforçada no ano de 2019, abrangendo todos os quadrantes da sociedade algarvia. No próximo sábado, dia 8 de dezembro (7.º triste aniversário da introdução de portagens no Algarve), pelas 11.00 horas, a Comissão de Utentes da Via do Infante organiza um protesto, envergando coletes amarelos, em Loulé, frente à Via Livre (loja que faz as cobranças das portagens), localizada na Rua Marçal Aboim, Lote 1-R/C, Olivais de Santo António (junto ao McDonald's). A CUVI apela à máxima participação nesta ação e com os devidos coletes amarelos.


A Comissão de Utentes da Via do Infante