O balanço de um ano só pode considerar-se útil quando simultaneamente se apontam os objetivos em que nos iremos empenhar no ano que se inicia.

E estes objetivos dependem do propósito e do rumo que escolhemos seguir, de acordo com as nossas decisões e convicções.
Sem dúvida, o ano de 2019 será de grande exigência e importa olhar para a realidade, a nossa e a dos nossos vizinhos e conterrâneos e a realidade da nossa região, com a intenção de identificar os aspetos positivos e negativos do ano que passou de forma a podermos traçar metas e objetivos que nos permitam alcançar mais sucessos.
Porém, olhar a realidade não significa ceder ao canto da sereia ou aos discursos que nos vendem um paraíso que afinal não existe. Erguer uma perspetiva construtiva sobre a nossa realidade não dispensa um olhar crítico, acompanhado pela ambição que em 2019 temos de melhorar.
Em termos gerais, 2018 foi um ano em que tivemos menos saúde, menos segurança, pior educação, menos acessibilidades, com o Estado a falhar e sem criar as condições favoráveis, no que diz respeito às infraestruturas, que justificam a governação e que os cidadãos exigem.
Tomando como exemplo o nosso Algarve, sabemos que não haverá Hospital Central, com mais um adiamento que se apresenta incompreensível por parte do Governo socialista que fez desta infraestrutura, uma das promessas da sua legislatura. E em 2018, as queixas dos utentes e dos profissionais de saúde em relação às condições do centro hospitalar algarvio não pararam de aumentar.
Em termos de insegurança, sabemos como falhou o combate ao incêndio de Monchique e como continua a falhar o apoio às populações, em especial àqueles que são mais desfavorecidos.
O estado lastimoso da ferrovia, com supressões de carreiras quase diárias e atrasos inconcebíveis numa região turística, torna as acessibilidades mais difíceis. E será necessário falar no adiamento das obras na EN 125, pelo qual pagamos um preço altíssimo, primeiro em vidas devido aos acidentes já que a estrada voltou a constar na lista das mais mortíferas, com cinco pontos negros identificados onde se acumulam os acidentes com vítimas?
A questão das portagens da Via do Infante agrava ainda mais toda a situação. Dez das 12 tarifas que sofreram aumentos em 2018 são aplicadas nos troços localizados entre Monte Gordo e Boliqueime. Recorde-se a propósito as propostas apresentadas pelo PSD na Assembleia da República que foram sistematicamente reprovadas.
Na educação, falha o Estado ao não permitir aos estudantes matriculados na Universidade do Algarve o acesso a apoios de que beneficiam noutras regiões e falha o Governo no constante conflito com os professores, que tem vindo a prejudicar os alunos e as suas famílias, não cumprindo o Governo as promessas que fez. Aguarda-se agora que o veto do Presidente da República à legislação aprovada permita que o próximo ano letivo seja mais tranquilo.
A propósito da educação, é com orgulho que felicito Hélder Pereira, vencedor do prémio “Professor do Ano”. Docente da Escola Secundária de Loulé desde 2003, é professor de Biologia e Geologia, onde coordena e dinamiza as atividades do Clube das Ciências da Terra e do Espaço, tendo com os seus alunos em diversos concursos e feiras de ciência, tanto a nível nacional como internacional. A distinção é atribuída anualmente pela Comissão Editorial da Casa das Ciências, que reconhece o trabalho docente na escola e na partilha das suas experiências com toda a comunidade docente. Hélder Pereira é licenciado pela Universidade do Algarve em Ensino de Biologia e Geologia e mestre pela UAlg em Gestão e Conservação da Natureza.
Em 2018, entre os acontecimentos sobre os quais devemos refletir conta-se a taxa turística que será aplicada em 2019, isto apesar da ameaça real do Brexit, já que o Algarve tem vindo a perder turistas britânicos desde o referendo em junho de 2016 que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.
Isto porque o ano de 2019 acarreta um intenso programa eleitoral pelo que, enquanto partido na oposição, (a nível nacional e a nível do nosso concelho), o PSD tem a responsabilidade de dar um contributo com propostas sérias para que os portugueses, os algarvios e os louletanos tenham uma vida melhor.  
Acredito que a democracia precisa de oposição e de alternância governativa, para se consolidar e afastar soluções populistas, pelo que considero essencial que aproveitemos o calendário eleitoral para debater argumentos fundamentados, afastando a chicana política vazia de conteúdo.


Em 2019 temos de melhorar e estão todos convocados para realizar um esforço comum, de forma a atingirmos o objetivo que mais importa a uma comunidade: um vida melhor e mais feliz.

 

Rui Cristina, Presidente da Comissão Política do PSD/Loulé.