A coreografia «EVA PORO #1», de Madalena Victorino e Joana Guerra, espetáculo comunitário que reflete sobre recantos da zona do Algarve em desaparecimento, vai ter estreia absoluta entre 08 e 10 de fevereiro, em Aljezur, foi anunciado.

O espetáculo - que também tem cocriação com Alix Sarrouy, Miguel Nogueira, Nicolau da Costa, Patrick Murys e Remi Gallet e outros convidados - será apresentado nesses dias no Paraíso, freguesia da Bordeira, em Aljezur.

De acordo com a organização, "EVA PORO #1", é um espetáculo de arte comunitária ao ar livre "que coloca em cena artistas - homens, uma mulher e rapazes de contextos escolares muito diversos, juntamente com animais reais e oníricos - para investigar, através do som e do movimento, recantos perdidos e abandonados pela costa e na serra, o que desapareceu, ou se está a desaparecer".

É uma criação "de arte comunitária na paisagem sobre o desaparecimento, uma vontade de existir no ar", acrescenta o texto da organização, e que levanta questões relacionadas com “a intersecção da inteligência e organização das sociedades animais e humana, bem como a mutação ou extinção de necessidades ancestrais”.

"Uma espécie de exercício de resistência pela memória, por uma matriz que não se pode apagar, mas pode-se redescobrir, e por aquilo que nasce de um espaço silencioso, esvaziado de tudo o que sempre o habitou", acrescenta.

O título remete para Eva, a primeira mulher na Bíblia, “que é também uma égua que se evaporou do prado sem que ninguém desse por isso, e ´poro´ é o que, à flor da pele, nos liga ao interior do corpo, do coração".

"EVA PORO #1" é a primeira de duas criações transdisciplinares que abordam, a partir de diferentes prismas e géneros, o assunto do desaparecimento, da evaporação, do fim das coisas, no seio das paisagens da Costa Vicentina e Serra de Monchique.

O resultado da segunda criação - "EVA PORO #2" - será apresentado em maio deste ano.

O espetáculo - que também terá apresentações a 22, 23 e 24 fevereiro, na aldeia de Barbelote, em Monchique - foi produzido no âmbito do projeto Lavrar o Mar, da Cosanostra Cooperativa Cultural, que tem direção artística e programação de Giacomo Scalisi e Madalena Victorino.

 

Por: Lusa