O Vitória de Guimarães igualou hoje o Moreirense no quinto lugar da I Liga portuguesa de futebol, ao vencer por 2-0 na receção ao Portimonense, em jogo da 22.ª jornada da prova.

O médio brasileiro Mattheus Oliveira inaugurou o marcador aos 40 minutos e o avançado Alexandre Guedes fixou, aos 73, o resultado final, que permitiu à equipa minhota regressar aos triunfos na prova, depois de um empate na receção ao líder e campeão FC Porto (0-0) e uma derrota em Tondela (1-0).

O Guimarães subiu ao quinto lugar do campeonato, com 35 pontos, os mesmos do Moreirense, que tem menos um jogo realizado, a cumprir no domingo, na receção ao Tondela, enquanto a equipa algarvia ocupa o 10.º posto, com 27, tendo hoje sofrido a quarta derrota consecutiva na prova.

 

COMENTÁRIO: Vitória melhora na segunda parte e vence Portimonense com segurança

O Vitória de Guimarães regressou hoje aos triunfos na I Liga portuguesa de futebol, a impor-se ao Portimonense por 2-0, resultado que justificou pela segunda parte realizada na partida da 22.ª jornada.

Após uma primeira parte pouco dinâmica dos dois lados, mas com os algarvios mais perigosos, a turma vitoriana inaugurou o marcador por Mattheus Oliveira, aos 40 minutos, e fixou o resultado por Alexandre Guedes, aos 73, numa segunda metade em que se impôs ao adversário, após subir de rendimento.

Após dois jogos sem triunfos, os vimaranenses aproveitaram este resultado para recuperarem provisoriamente o quinto lugar, com os mesmos 35 pontos do Moreirense - recebe o Tondela, no domingo -, ao passo que a turma de Portimão averbou a quarta derrota seguida na I Liga e ocupa o 10.º lugar, com 27.

Com os médios Pedro Sá, Dener e Paulinho ausentes, a turma de Portimão apresentou-se em Guimarães com três novidades no ‘onze' - Hackman, Aylton Boa Morte e Jadson - e foi mais forte nos primeiros 10 minutos, tendo criado a primeira situação de golo aos cinco, quando Hackman, bem enquadrado com a baliza, rematou para defesa de Douglas.

Com duas alterações face à derrota com o Tondela (1-0) - o central Osorio apareceu no lugar de Frederico Venâncio e Mattheus Oliveira rendeu Pepê no meio-campo -, a formação vitoriana ripostou num disparo de Mattheus à malha lateral, ao minuto 16, mas, apesar de circular muito a bola, só voltou a desequilibrar a retaguarda contrária, muito povoada, por mais uma vez até ao intervalo.

Depois de os algarvios terem ameaçado de novo o golo, num lance em que Pedro Henrique impediu o desvio decisivo de Jackson Martínez, ao minuto 30, e num livre de Henrique a rasar o poste, aos 33, foram os vitorianos que desfizeram o nulo, num cabeceamento de Mattheus Oliveira em que Ricardo Ferreira ainda tocou, após cruzamento de Rafa Soares.

No último minuto do primeiro tempo, o Portimonense quase empatou, quando Wellington, isolado perante Douglas, após passe errado de Rafa Soares, atirou ao lado, mas, após o regresso dos balneários, a equipa da casa assumiu uma atitude mais dominadora.

Mais confortável a trocar a bola no meio-campo algarvio, o Vitória esteve perto do segundo golo num remate de Sacko, aos 54 minutos, e ainda mais quando Ricardo Ferreira negou o golo a remates de consecutivos de Tozé, Davidson e Mattheus Oliveira, no mesmo lance, aos 56.

Dependente das iniciativas individuais Jackson Martínez, Wellington e Aylton Boa Morte, o Portimonense foi incapaz de penetrar na área vitoriana e viu-se arredado da discussão do jogo quando Alexandre Guedes apareceu ao segundo poste para emendar de cabeça um cruzamento de Rafa Soares, ao minuto 73, obtendo o quinto golo na I Liga.

Vitória de Guimarães – Portimonense (declarações)

 

Declarações após o jogo Vitória de Guimarães-Portimonense (2-0), da 22.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Guimarães:

- Luís Castro (treinador do Vitória de Guimarães): "O resultado poderia ter ido mais além, mas o resultado, no futebol, é o que é. Fizemos dois golos e não sofremos nenhum. Continuamos a ser uma das grandes equipas no que diz respeito a golos não sofridos [terceira melhor defesa, com 20]. Criámos um grande volume de jogo ofensivo, que nos permitia ter chegado a um resultado diferente.

Há uma entrada em que quisemos ser dominadores, mas o jogo andou um bocadinho partido, por maus posicionamentos ao longo da primeira parte. Na segunda parte, retificámos, o que nos permitiu ter ainda um domínio mais efetivo do jogo, que nos levou às situações de golo. Isso fez com que o Portimonense, na segunda parte, não criasse perigo para a nossa baliza. A situação de perigo mais evidente do Portimonense aconteceu numa falha nossa, a acabar o primeiro tempo.

Fomos, ao longo do jogo, uma equipa muito estável, dominadora, que quis muito ganhar, com qualidade de jogo. Gostei da forma como os meus jogadores se dedicaram em todos os momentos.

Não é muito normal eu falar dos meus jogadores, mas abro uma exceção para dizer que o Guedes, no Vitória, foi sempre um jogador de total entrega no treino e no jogo. Muitas vezes, diz-se que o ponta de lança vive de golos, mas a vida vai muito além dos golos que se marcam. Ele tem sido incansável. Estou muito satisfeito com ele. Estaria ainda mais se houvesse mais golos, mas aprecio muito todos aqueles que se dedicam por inteiro à profissão.

A crítica no futebol existe. Damos o nosso melhor. Os adeptos têm a opinião deles [referência a uma tarja antes do começo do jogo a pedir mais à equipa]. Sempre a respeitei e hei-de respeitar. Sinto-me muito motivado todos os dias em ir para o meu trabalho, para dar tudo de mim. Sinto os meus jogadores muito empenhados no objetivo que traçámos para a época [atingir a Liga Europa]. Estou muito focado em ser cada vez melhor e em fazer os meus jogadores cada vez melhores".

- António Folha (treinador do Portimonense): "[É preciso] continuar a trabalhar da mesma forma como o temos feito. Temos de andar à procura de outras coisas para encontrar dentro [de portas] jogadores com qualidade para nos relançarmos e para que a ideia volte a ser a que era, antes de perdermos algumas mais-valias. Vamos trabalhar para que haja outras mais-valias a saltarem para outros patamares e para continuar a fazer crescer o clube.

Não vou por aí [pelas ausências de alguns jogadores para explicar a derrota]. Às vezes, há jogos em que os treinadores ficam sem opções e têm de encontrar soluções. Até mudámos um pouco o sistema para podermos ser competitivos e não tão débeis. Queremos manter o sistema, mas não temos jogadores. Temos de reinventar o que temos para conseguir a melhor ideia para o jogo.

O Vitória, na segunda parte, principalmente nos primeiros minutos, foi mais forte, a tentar que o público não ficasse tão insatisfeito como fcou na primeira parte. O Vitória tinha de fazer algo e fez. Começou a circular a bola mais rapidamente e a criar-nos instabilidade.

A nós, competia-nos, quando ganhávamos a bola, não a perder tão facilmente. Nos primeiros 15 minutos, a equipa, quando recuperava a bola, não se sentia confortável com ela. Quando a equipa se começava a sentir mais confortável, sofreu o golo a seguir. A partir daí, o Vitória, com uma massa adepta digna de um ‘grande', empolgou-se. A intranquilidade passou para nós todos. Isto faz parte da evolução que queremos para os jogadores".

 

Por: Lusa