Osvaldo Gonçalves lembrou que a Câmara de Alcoutim criou o festival para ajudar a potenciar as características paisagísticas e naturais do território, que é afetado pela desertificação populacional, mas o apoio institucional do Turismo do Algarve e do Turismo de Portugal “aumentou a participação e as responsabilidades” para organizar um conjunto de atividades que aliem a prática de pedestrianismo às características gastronómicas e culturais da zona.
“O reconhecimento a nível regional e nacional inseriu a iniciativa num conceito mais alargado, que é a Algarve Walking Season, uma iniciativa composta pelos três festivais de caminhadas da região, o de Loulé [Ameixal], o de Lagos e o de Alcoutim, realizados no outono, no inverno e na primavera”, destacou o autarca.
Estes três festivais realizam-se em época baixa e integram a oferta criada pelas entidades oficiais do turismo para dinamizar e diversificar a oferta turística do Algarve nos períodos do ano de menor afluência turística do principal produto da região, o sol e praia, e este “contributo foi muito importante” para a iniciativa, considerou Osvaldo Gonçalves.
“Esta dimensão deu-nos agradáveis surpresas, porque os canais de promoção da Região de Turismo do Algarve e do Turismo de Portugal permitiram-nos trazer pessoas que se deslocaram de propósito da Alemanha, da Holanda e de mais um país ou dois, para participar três dias no festival de caminhadas de Alcoutim”, exemplificou o presidente do município do distrito de Faro.
A “responsabilidade” também “é um incentivo” para “fazer o melhor para as pessoas serem bem recebidas em termos de alojamento, restauração e das atividades e caminhadas” programadas, disse.
Questionado sobre as expetativas para o número de participantes esperado nesta VI edição, Osvaldo Gonçalves respondeu que a organização “não tem objetivos numéricos”, porque “até há iniciativas que são limitadas em número de participantes”, para “garantir também a segurança e a qualidade das atividades”.
“Em edições anteriores lembro-me de atividades, como a caminhada do pastor ou a do contrabandista, que esgotaram rapidamente depois de terem sido abertas as inscrições”, acrescentou.
Outra característica que tem marcado o Festival de Caminhadas é a “articulação deste tipo de iniciativas com Espanha, com os nossos vizinhos de San Lucar del Guadiana”, localidade que se encontra diante de Alcoutim, na margem espanhola do rio Guadiana e que é parceira da iniciativa, salientou Osvaldo Gonçalves.
“Como acontece também com o Festival do Contrabando [29 a 31 de março], esta simbiose é profícua e faz Alcoutim e San Lucar ganharem com esta participação conjunta, porque integram uma paisagem única, que tem como divisão administrativa o rio Guadiana”, afirmou ainda.
Osvaldo Gonçalves exemplificou com um “trilho fantástico que San Lucar e Espanha oferecem, mas que tem como atrativo a paisagem portuguesa”, o que “também acontece em Portugal, com trilhos que realçam a paisagem espanhola”.
Por: Lusa
