«Consumir bolachas sem glúten para manter a linha é um mito?»

Quem tem doença celíaca deve excluir o glúten da alimentação. Mas há também quem compre produtos sem glúten para ajudar a emagrecer, o que é um mito.

Analisámos várias marcas de quatro tipos de bolachas sem glúten: com pepitas de chocolate, com cobertura de chocolate, com recheio de chocolate e waffers de chocolate. Estas não apresentam diferenças nutricionais significativas em comparação com os produtos equivalentes com glúten.

O glúten é uma proteína que não é completamente degradada pelas enzimas digestivas presentes no suco gástrico, pancreático e nas vilosidades intestinais.

Desta digestão incompleta resultam péptidos (proteínas de dimensão mais pequena) que têm a capacidade de atravessar a barreira intestinal e, em função da sensibilidade individual, podem causar danos na mucosa intestinal.

A doença celíaca é uma doença autoimune que ocorre em indivíduos com predisposição genética causada pela permanente sensibilidade ao glúten presente nos cereais como o trigo, centeio e cevada. Caracteriza-se por um estado de inflamação crónica da mucosa intestinal, que regride com a exclusão do glúten da alimentação.

Existe outra forma de intolerância ao glúten: a sensibilidade ao glúten não celíaca. Esta condição apresenta sintomas idênticos à doença celíaca (gases, desconforto abdominal, diarreia, dores de cabeça, entre outros), mas sem lesar a mucosa e as vilosidades intestinais.

Beneficiam da exclusão do glúten da alimentação as pessoas com doença celíaca, alergia ao trigo e sensibilidade ao glúten não celíaca. Até agora, não existem evidências científicas que indiquem que a população em geral beneficia de uma dieta isenta de glúten.

Pelo contrário, muitos especialistas da área da nutrição referem a forte possibilidade de se vir a desenvolver a intolerância ao glúten quando este é retirado da alimentação sem razão clínica que o justifique.

 

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