Por:Rui Cristina | ruicristina19@gmail.com

Não nos faltam razões para demonstrarmos que é preciso, urgentemente, mudar de via, lutar para que o Algarve não continue a ser desprezado. Ao ouvir alguns ministros socialistas e os dislates que dizem, dá ideia que, para eles, Portugal acaba ali na serra do Caldeirão, ou na Serra de Espinhaço de Cão, ou na Serra de Monchique e que o Algarve se “mudou” para Marrocos.

E nós não queremos ser portugueses de segunda, nem que os algarvios sejam tratados como se fossem uma espécie de filhos de um deus menor. É este sentido de revolta, a par de uma exigência de mudança, que temos de transmitir aos cidadãos do nosso concelho e da nossa região.

Um dos passos importantes para o reconhecimento do Algarve e dos algarvios é exprimir a nossa vontade quanto aos nossos representantes na Assembleia da República, nas eleições que decorrem em Outubro. Mais do que o direito à liberdade de voto, é uma das obrigações da cidadania, devemos exercer em consciência.

Teremos de não desistir e não dar tréguas nas críticas ao governo PS e aos partidos que o apoiam, comprometidos pela solução “geringonça” e fazer um esforço contínuo de proximidade com os algarvios, particularmente nas redes sociais, visando ir ao encontro da população mais jovem.

 Este tipo de comunicação permite captar os mais novos, que atualmente usam muito os veículos digitais. A mudança que, no PSD pretendemos propor em termos políticos, tem de contar com estes cidadãos, cujo futuro muitas vezes é comprometido pelas más políticas na educação, na formação profissional, na habitação que não há.

Mas não queremos alienar e pôr de lado a anterior geração, a quem devemos muito. É por isso revoltante que este Governo obrigue as pessoas a esperar mais de um ano pelo pagamento das suas reformas, porque os serviços da segurança social estão um caos e ao longo de 4 anos, embora houvesse mais Estado para certas mordomias, houve seguramente menos Estado para os mais carenciados.

E já que estamos a falar de um Estado que não protege nem apoia os cidadãos nas situações de maior necessidade, uma menção à tragédia do incêndio de Monchique.

É com grande indignação que vos digo que num ano não há uma única habitação recuperada. Os apoios estão a chegar tarde e a más horas e, ainda por cima, Monchique não recebeu o mesmo tratamento de exceção de Pedrógão.

Sem qualquer fundamento, o Governo PS não atribuiu esse estatuto a Monchique. Não houve apoios a 100 % a fundo perdido para primeiras habitações, nem foram incluídas as segundas.

A pilha da burocracia exigida aos monchiquenses que ficaram sem casa para se candidatarem aos apoios, era mais alta que o pico da Foia. E para a reconstrução, só estavam disponíveis fundos a 75 %, já que o PS não quis, deliberadamente, transferir verbas do Orçamento de Estado para auxiliar a população.

O Governo apoiou Pedrógão – e muito bem - com recurso a fundos comunitários a 100%, mas para o Algarve, é o que se vê.

Merecem os algarvios este desgoverno? Há que exigir mudança!

 

Rui Cristina, Presidente da Comissão Política do PSD/Loulé