Portugal tem o segundo maior número de arquitetos per capita na União Europeia (UE), mas tem simultaneamente os profissionais mais mal pagos do setor, com vencimentos médios que são pouco superiores a um terço do verificado na média dos países da UE.

Em causa está um estudo encomendado pela Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos (OA/SRN) à Escola de Gestão e Economia da Universidade do Minho (UM).

“Os arquitetos portugueses ganham, em média, 1.000 euros brutos por mês”, quando a média europeia ronda os 2.840 euros, conclui o estudo, orientado pelos professores Francisco Carballo-Cruz e João Cerejeira, da UM.

Segundo o Público, que se apoia no estudo, “na faixa etária entre os 40 e os 44 anos, um arquiteto ganha em média 1.574 euros por mês”, bem menos que, em média, um trabalhador português com ensino superior (2.469 euros). No final da carreira contributiva, acima dos 60 anos, “a disparidade é ainda maior, com um arquiteto a auferir 2.305 euros e um trabalhador com ensino superior a superar a fasquia dos 3.500 euros”.

Para Alexandre Ferreira, vice-presidente da OA/SRN, este é o retrato de uma profissão que vive uma realidade paradoxal em Portugal. “Não haverá muitas profissões em Portugal que tenham o impacto e a projeção internacional da arquitetura – e não estou a falar apenas dos dois prémios Pritzker [Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura], estou também a referir-me ao ‘know how’ e ao capital humano de excelência que marca a arquitetura portuguesa, e como isso não tem tradução em termos económicos”, disse o responsável, citado pela publicação. 

De referir que há atualmente em Portugal mais de 23 mil arquitetos inscritos na Ordem dos Arquitetos, o que dá uma média de 2,2 per capita (por mil habitantes), um rácio apenas superado pela Itália, onde há 160 mil arquitetos (2,6 per capita).

 

Por: Idealista