Serviço de Medicina Intensiva Pediátrica e Neonatal do Centro Hospitalar Universitário do Algarve perto de encerrar

As notícias vindas a público a respeito do risco grave de encerramento do Serviço de Medicina Intensiva Pediátrica e Neonatal do Centro Hospitalar Universitário do Algarve(CHUA) já a partir do mês de Setembro causam natural consternação e alarme social. Segundo a informação prestada, na medida em que dos 12 médicos pediatras do quadro, é previsível que apenas três estejam ao serviço a partir da próxima semana, circunstância que inviabiliza o funcionamento do serviço. Já em julho, numa carta enviada à direção clínica do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) havia queixas, por parte dos médicos que a subscreveram, que o Serviço de Medicina Intensiva Pediátrica e Neonatal vivia “uma situação dramática” e que os médicos estavam a trabalhar “num estado de exaustão, transgredindo os limites de segurança.” Na carta os clínicos sublinhavam que a falta de meios humanos no Hospital de Faro se acentuara nos últimos tempos com a ausência de cinco pediatras, dois por motivo de doença e três por gravidez ou licença de maternidade.
Para além do serviço normal, os pediatras da unidade de Faro têm de manter, ainda, as urgências e o transporte de bebés recém-nascidos e muitas vezes prematuros.

A falta de recursos humanos no Hospital de Portimão, que levou ao encerramento da urgência de pediatria em vários dias da semana, veio a agravar ainda mais esta situação. Ou seja, não está a funcionar bem nem em Faro nem em Portimão.

Cristóvão Norte, deputado do PSD, refere que “a hemorragia persiste e não estanca, o Governo nada faz e a gravidade dos acontecimentos não os comove nem os estimula a agir. Pelo menos no Algarve, o Ministério da Saúde não existe, nem existiu em 4 anos. O que se está a passar causa grande alarme social, coloca em causa mães e bebés, mas a escassez de recursos humanos não salva o trabalho extraordinário de um serviço que tem práticas de excelência.”

Norte apela a que “ se adapte o serviço, e ninguém percebe como ainda não se fez, ao aumento da idade de parto das mães( o que aumenta a prematuridade) e ao facto das maternidades do Algarve serem das que mais partos têm à sua responsabilidade no país. Não contratar médicos, nem os conseguir fixar, é um falhanço clamoroso que tem que ser prontamente corrigido. Não podemos correr riscos de haver desgraças que não se evitam por responsabilidade do Estado, pois os transportes para fora da região aumentam os riscos para as mães e bebés. É importante evitar isto e colocar o serviço a funcionar bem.”


Cristóvão Norte

Deputado PSD