Guilherme d’ Oliveira Martins (Presidente do Grande Conselho do Centro Nacional de Cultura), Luis Faro Ramos (Presidente do Instituto Camões), Federico Bertolazzi (membro da comissão organizadora do programa comemorativo do 100.º aniversário do nascimento de Sophia de Mello...

... Breyner Andresen), Maria Calado (Presidente da Direção do Centro Nacional de Cultura), os representantes do Município de Lagos e demais entidades envolvidas nas comemorações do centenário, marcaram presença na inauguração da exposição “Lugares de Sophia” que decorreu no passado sábado, dia 14, no Centro Cultural de Lagos.

Uma exposição de fotografia dos autores António Jorge Silva, Duarte Belo e Pedro Tropa, a quem foi lançado o convite e o desafio de revisitarem os lugares de Sophia, acrescentando-lhes, com o seu olhar próprio e poéticas diferentes, outras vertentes e verdades, e dando corpo a uma inédita leitura da poetisa. Com curadoria a cargo de Federico Bertolazzi e de José Manuel dos Santos, esta exposição é a primeira atividade do programa comemorativo oficial a acontecer em Lagos.

Na sua intervenção, Guilherme de Oliveira Martins relembrou que o programa comemorativo se desenvolve em torno de três grandes polos: Porto (onde Sophia nasceu), Lisboa (onde viveu) e Lagos (onde a autora descobriu a Grécia e “ o “Mediterrâneo banhado pelo Atlântico”). Considerando Sophia uma referência absolutamente fundamental não só na cultura portuguesa, como em termos de cidadania, o Presidente do Grande Conselho do Centro Nacional de Cultura recordou igualmente que Sophia foi a deputada da Assembleia Constituinte responsável pelo texto mais importante até hoje produzido sobre o direito à cultura, tendo dedicado uma segunda intervenção à educação inclusiva, textos que – na expressão usada por Oliveira Martins – “não têm uma ruga”, uma vez que ainda hoje, mais de quarenta anos passados, continuam a poder ser lidos, mantendo toda a sua atualidade, o que revela a excecionalidade de quem os produziu. Na sua intervenção Oliveira Martins sublinhou alguns dos traços característicos da obra de Sophia, entre os quais a forte ligação entre a criação, a literatura, a arte, a natureza, a vida e as pessoas, assim como a dimensão do espaço.

Federico Bertolazzi referiu-se a Lagos como a cidade onde Sophia viveu uma espécie de epifania, não só ao nível da poesia, mas na sua relação com o espaço e com as coisas, recordando que foi com Teixeira de Pascoaes que Sophia aprendeu a fazer da paisagem uma linguagem. O membro da comissão organizadora do programa comemorativo do 100.º aniversário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, que é também um dos curadores da exposição, explicou que na base da mesma esteve o convite dirigido aos três autores para fotografarem esse processo de procura de exatidão, tal como Sophia fez com as palavras.

Hugo Pereira (Presidente de Câmara interino) e Sara Coelho (Vereadora da Cultura) agradeceram e congratularam-se com a oportunidade de colocar Lagos nos Lugares de Sophia, ou seja, nas comemorações oficiais do centenário, a par com Lisboa e Porto.

A exposição, que reúne cerca de 65 fotografias representando os ambientes mais familiares a Sophia, estará patente para ser visitada e apreciada no Centro Cultural de Lagos até ao próximo dia 26 de outubro.

A 3 de outubro haverá novo motivo para voltar ao Centro Cultural, espaço que irá receber o Colóquio Internacional “Lagos onde reinventei o mundo” dedicado a Sophia de Mello Breyner Andresen e que integra a programação oficial do centenário. Uma oportunidade a não perder para quem quiser revisitar a obra de Sophia ou aprofundar o estudo da mesma.

Em paralelo e ao longo de todo o ano, o Município de Lagos, em parceria com o Município de Loulé, tem vindo a promover uma programação local dedicada a Sophia de Mello Breyner que poderá acompanhar através dos canais de comunicação municipal habituais. O próximo evento acontece no dia 28 de setembro, no Centro Cultural de Lagos, com o “Sul de Sophia”, uma performance audiovisual da Grafonola Voadora & Napoleão Mira, que pretende ilustrar o “Sul” de Sophia de Mello Breyner Andresen, realçando a importância que o Algarve teve na sua obra.

 

Por: CM Lagos