Este mês de eventos astronómicos é demarcado pela passagem da Lua junto a Júpiter: primeiro na noite de dia 3 e depois no dia 31,

Aquando do quarto crescente de dia 5 a Lua passará tão próxima de Saturno que ao longo de uma faixa que vai do Chile e Argentina até ao sul da África Austral irão assistir à ocultação este planeta pela Lua.

Dia 8 terá lugar o pico da chuva de estrelas Dracónidas, as quais parecem irradiar de um ponto no céu (o radiante) situado ao lado da cabeça da constelação do Dragão. Esta chuva de meteoros é bastante fraca, não superando a dezena de meteoros por hora mesmo em condições ideais.

O quarto crescente terá lugar na noite de dia 13 entre as constelações da Baleia e a dos Peixes. Quatro noites depois, a Lua ter-se-á deslocado até junto de Aldebarã, o Olho da constelação do Touro. 

O planeta Marte apenas reaparecerá nos céus matutinos durante terceira semana do mês, surgindo ao lado da constelação da Virgem.

Dia 20 Mercúrio atingirá o ponto de maior afastamento para leste relativamente ao Sol, sendo uma excelente ocasião para observa-lo ao anoitecer.

 Dia 21 tem lugar o quarto minguante. Na madrugada desse dia a Lua terá passado perto de Pólux, a estrela representa uma das cabeças da constelação dos Gémeos. Castor é a estrela da cabeça do outro gémeo. Na mitologia greco-romana os gémeos Pólux e Castor são filhos da mesma mãe: Leda, rainha de Esparta, mas de pais diferentes. Castor era filho de Tíndaro, esposo de Leda, enquanto Pólux era Filho do deus Zeus.

Na noite de dia 21 para 22 coincide tem lugar pico de atividade da chuva de estrelas Oriónidas, pequenas rochas e poeiras libertadas pelo cometa Halley. O nível de atividade desta chuva de meteoros depende de fatores como a fase da Lua ou o tempo decorrido desde a última passagem do cometa. Este ano é de esperar não mais que uma a duas dezenas de meteoros por hora.

Dia 27 será o último domingo do mês. Assim, de acordo com a legislação em vigor, às duas horas da madrugada (hora continental) desse dia tem início o horário de inverno. Por este motivo devemos atrasar os nossos relógios sessenta minutos. A mudança de hora pode não ter grande impacto em países situados a latitudes elevadas em que dias e noites não muito curtos ou longos. No entanto à nossa latitude esta medida permite-nos aproveitar melhor as horas de exposição solar.

Dia 28 tem lugar a Lua Nova. Nesta mesma altura Úrano estará em posição, i.e. a posição diametralmente oposta à do sol, e assim na altura em que este planeta está mais próximo da Terra e com a sua face voltada para nós totalmente iluminada. Este planeta situar-se-á junto às constelações do carneiro e dos Peixes, bem no limiar do que é observável à vista desarmada em locais com muito pouca poluição luminosa.

Dia 29 a Lua passará ao pé de Vénus e dois dias depois de Mercúrio. Estes dos planetas serão visíveis durante todo o mês como estrelas da tarde, sendo a maior aproximação entre os dois por volta de dia 30. Dir-se-á que estes planetas estarão em conjunção. Tal fenómeno não tem nenhum impacto sobre as nossas vidas para além de dar-nos mais uma bela desculpa para se observar o céu.

 

Boas observações!

 

Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC)

Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

Figura 1: Céu a sudoeste pelas sete horas da madrugada de dia 21 com alguns objetos de destaque. Igualmente é visível o radiante da chuva de estrelas Oriónidas e a posição da Lua na madrugada de dia 17.

 

Figura 2: Céu a sudoeste pelas ao início da noite de dia 31. Igualmente é visível a posição da Lua e de Saturno no dia 5.

(imagens adaptadas de Stellarium)