Samuel Inês, Presidente do Paintball Clube de Vila do Bispo, foi convidado do programa «Olha Que Dois», com Nathalie Dias e Victor Gonçalves, onde deu a conhecer melhor o Paintball enquanto modalidade desportiva.
Samuel Inês é presidente do Paintball Clube de Vila do Bispo. Quando surgiu este clube? O que motivou à sua criação?
Samuel Inês – O clube foi formado a 12 de agosto de 2002, e a partir daí nunca mais parámos. Quanto à motivação, surgiu entre um grupo de 5 amigos, que adorávamos jogar Paintball e não havia nada junto do concelho de Vila do Bispo, onde pudéssemos praticar tal desporto. Surgiu então a ideia de formarmos o clube que se tem mantido e que, felizmente, tanto em termos de atividades, como de competição tem estado a correr bem..
O clube já tem uma sede, onde para além do desporto haja lugar para o convívio?
S.I. – Sim, o município, a quem temos de agradecer, cedeu-nos uma sede há alguns anos atrás, onde temos as nossas instalações.
Existem muitos praticantes de Paintball em Vila do Bispo?
S.I. – Sim, existem muitos praticantes de Paintball no concelho, mas é importante saber que este desporto tem duas vertentes: a vertente recreativa, em que qualquer pessoa pode jogar, seja miúdo, graúdo, homem ou mulher; e a vertente de competição, vertente em que o Paintball Clube de Vila do Bispo tem duas equipas em competição.
E têm suplentes?
S.I. – Sim, temos, porque este é um jogo muito cansativo, para o qual é preciso uma boa preparação física e muita estratégia. Não é só ir lá dar uns tirinhos! Já agora, para quem não sabe, no Paintball usa-se um género de arma, que se chama marcador, que dispara umas bolinhas que rebentam ao bater no adversário, manchando o equipamento próprio, que os jogadores utilizam, e que é diferente nas duas vertentes.
O Paintball consiste num cenário de guerra, estou certo?
S.I. – No recreativo sim, é uma vertente que se pode praticar no mato e que se pode chamar de “guerra”. Na competição não, porque joga-se a partir de um campo de futebol relvado, onde são colocados obstáculos, que são insufláveis, montados num cenário diferente para cada etapa.
Qual o custo de um equipamento para esta modalidade?
S.I. – O Paintball é um desposto um pouco dispendioso, e o seu custo varia muito das vertentes de que falei. Na vertente recreativa, com cerca de 100 euros adquire-se o equipamento todo e está-se pronto a jogar. Já na vertente de competição, é totalmente diferente. Só para dar uma ideia, os marcadores de competição dos 150/200 euros aos 1000/1500 euros.
Quem estiver interessado em praticar Paintball, onde se deve dirigir?
S.I. – É só juntar um grupo de amigos e contatar o Paintball Clube de Vila do Bispo e aproveitar um dia diferente e divertido, pois nós temos lá todo o material necessário.
Há muitas mulheres a praticar este desporto?
S.I. – Sim, este é um desporto para qualquer pessoa. Existem muitas mulheres a praticar Paintball mesmo a nível de competição. Nós já estivemos no Europeu, onde as mulheres estão representadas e jogam muito melhor que os homens.
É necessário alguma preparação específica para exercer essa atividade?
S.I. – Sim e não. Para praticar o Paintball a nível recreativo basta juntar um grupo de amigos e passar um dia divertido a “brincar”. A nível de competição é que se torna muito mais exigente. Tem que se ter uma boa preparação física, porque cada jogo tem cinco minutos e desenrola-se muito rápido.
Existem provas a nível nacional? E internacional?
S.I. – Sim. Existe o Campeonato Nacional de Paintball, organizado pela Federação Portuguesa de Paintball, onde temos duas equipas a participar.
A nível internacional, temos o Milénio, que é um Europeu, onde as equipas da Europa, e não só, participam. Essa é uma prova com uma grande envolvência, e que envolve muito dinheiro. Nós já participamos há uns anos atrás e tivemos boas prestações. No ano 2011 ficámos em 3.º lugar na na divisão 3, o que até pode parecer pouco, mas não é, atendendo a que o Paintball, a nível Mundial, tem jogadores profissionais, ou seja, que são pagos para só fazer isso, enquanto em Portugal o Paintball só é visto como um desporto de lazer, para brincar.
Qual a adesão em termos nacionais?
S.I. – O Paintball teve uma grande evolução há uns anos atrás, mas, de um momento para o outro, sofreu com a queda do mercado, porque é uma modalidade um pouco cara. Mas agora tem vindo a crescer outra vez e, por exemplo, no Campeonato Nacional temos cerca de 17 equipas a participar, cada uma delas com sete ou oito participantes.
A vossa equipa faz treinos regulares? Têm um calendário de provas?
S.I. – Sim, as nossas equipas treinam mensalmente, 2 a 4 vezes por mês, dependendo da disponibilidade de cada um.
Que emoções provoca este tipo de atividade? O que leva as pessoas a gostar de Paintball?
S.I. – Talvez por causa da adrenalina, e por ser um desporto diferente e de aventura. As pessoas que têm jogado connosco ficaram a adorar. É um pouco caro, por causa dos equipamentos, mas como o nosso clube é sem fins lucrativos, conseguimos ter os preços um pouco mais baixos e mais acessíveis até.
De que receitas financeiras dispõe o Paintball Clube de Vila do Bispo?
S.I. – A nossa maior entidade patrocinadora, se assim se pode chamar, é a Câmara Municipal de Vila do Bispo a quem eu agradeço desde já toda a disponibilidade que tem tido connosco a nível financeiro. Quero também agradecer aos patrocinadores do Clube Paintball de Vila do Bispo e da nossa equipa: a Sul Portugal, a Junta de Freguesia de Vila do Bispo e Raposeira, e o Clube Recreativo Infante Sagres, que contribuíram para que fosse possível ter duas equipas a competir no Campeonato Nacional de Paintball.
Esta entrevista foi realizada por Nathalie Dias e Vítor Gonçalves no Programa “Olha que Dois”, uma parceria da “Total FM” com “A Voz de Loulé” emitido no dia 20 de abril.