Câmara de Vila do Bispo requalifica acesso a praia para proteger arriba fóssil

09:37 - 13/01/2017 VILA DO BISPO
A Câmara de Vila do Bispo vai requalificar o acesso à praia do Telheiro para permitir proteger a arriba fóssil do Geossítio do Telheiro, anunciou o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA).

O GEOTA adianta, em comunicado, que a autarquia informou a Liga para a Proteção da Natureza (LPN) e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) do início da “requalificação do percurso de acesso à praia do Telheiro”, que será executada entre segunda-feira e 30 de janeiro.

“O projeto visa restabelecer a cobertura vegetal de modo a proteger a arriba fóssil do Geossítio do Telheiro; a estabilização do talude vai garantir a fruição em segurança e a preservação do património ambiental”, explicou o GEOTA, associação portuguesa de defesa do Ambiente.

A mesma fonte considerou que o projeto é “pioneiro em Portugal” porque “combina a engenharia natural e a participação ativa de cidadãos na conservação e na gestão do território”, já que a população interessada poderá realizar tarefas como “colocação de terras, faxinas, sementeiras e plantas”.

“A arriba fóssil da praia do Telheiro integra um dos sítios geológicos e ecológicos mais importantes de Portugal, abrangido pela classificação de Reserva Biogenética de Sagres, o que lhe confere um elevado estatuto de proteção”, realçou o GEOTA.

O Grupo de Estudos sublinhou que, no local, existe uma “grande área coberta por Thymus Camphorathus (Tomilho-do-mar), espécie endémica do sul de Portugal e protegida por lei, com estatuto de proteção prioritário”.

O trabalho será realizado em colaboração com a autarquia e Organizações Não Governamentais (ONG’s), como o Grupo Proteger Telheiro, a Associação A Rocha e o próprio GEOTA, depois de a autarquia ter obtido a aprovação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e do ICNF, acrescentou a associação.

A equipa de trabalho vai contar com funcionários da Câmara de Vila do Bispo e voluntários da Liga de Proteção da Natureza, Centro de Ecologia Aplicada "Prof. Beta Neves", Associação A Rocha, GEOTA e Grupo Proteger Telheiro, referiu a mesma fonte.

O GEOTA observou que, apesar de os trabalhos no terreno só começarem na segunda-feira, as entidades envolvidas já iniciaram “a preparação de materiais, tal como recolha de madeiras, construção de feixes e identificação de terras e pedras a utilizar na base da sementeira”.

A associação de defesa do Ambiente acrescentou que as “sementes a utilizar foram colhidas com a autorização do ICNF e serão ainda plantadas espécies autóctones vindas de viveiros do instituto”.

 

Por: Lusa