Consciente das dificuldades da Freguesia e daquilo que é preciso fazer para tornar Quarteira um local onde todos queiram viver, Telmo Pinto confirma o interesse em recandidatar-se à Junta de Freguesia de Quarteira e reforça a importância de que: «se tivermos mais autonomia, poderemos fazer muito mais».
Voz do Algarve – Que balanço faz deste mandato à frente da Junta de Freguesia de Quarteira?
Telmo Pinto – Devo dizer que o balanço é muito positivo, na medida em que, quando cá chegámos não estávamos familiarizados com um conjunto de funcionamentos, regras e restrições. Depressa metemos mãos à obra e traçamos os nossos principais objetivos, transparência em todo o trabalho, e nos procedimentos realizados, servindo a população em todos os aspetos possíveis. No entanto, existem regras e leis que se aplicam às Autarquias que condicionam os trabalhos das Juntas, que não tendo os técnicos necessários com conhecimento nas diversas áreas, ficam, de certo modo, condicionadas nas respostas a dar. Quarteira tem um elemento do executivo a tempo inteiro, o presidente. No entanto, pela sua dimensão e pelas suas necessidades, é necessário que pelo menos mais um elemento possa também estar 100 % dedicado à instituição. Portanto o que fizemos foi dotar a Junta de condições técnicas para iniciar um projeto estruturado e inovador, que nos levasse a atingir os nossos objetivos. Neste momento posso dizer que a energia e o conhecimento técnico deste executivo, não só concretizou os objetivos que tínhamos no início, como preparou esta Junta para os desafios que se avizinham.
V.A. – Quantos funcionários tem a Junta de Freguesia de Quarteira?
T.P. – A Junta conta apenas com 13 funcionários efetivos. Doze assistentes operacionais e um assistente técnico, numa Junta de Freguesia que agrupa as praças do peixe e da fruta, os mercados de quarta-feira de verduras e roupa, o parque de caravanas, o cemitério e o armazém. Não existindo os quadros técnicos intermédios. A verdade é que os funcionários da Junta de Quarteira estão sempre disponíveis, pois esta é uma Junta que tem demonstrado um enorme dinamismo e que sem a sua disponibilidade era impossível fazermos tudo o que temos feito.
V.A. – O que diferencia a Freguesia de Quarteira das restantes do Concelho de Loulé?
T.P. – Para mim e em primeiro lugar é a Freguesia que represento e à qual dedico toda a minha energia. É uma Freguesia atípica, a cidade tem mais de 25 mil habitantes e vive uma intensa sazonalidade.
Cada vez mais temos muitas pessoas a optarem por viver cá na época baixa e como tal, são necessárias cada vez melhores condições para que escolham Quarteira como primeira habitação.
“ ...educação, saúde e segurança. As pessoas têm que sentir que há uma aposta forte nestas três áreas”
V.A. – E que condições são essas?
T.P. – A base é a educação, saúde e segurança. As pessoas têm que sentir que há uma aposta forte nestas três áreas. Não descorando toda uma oferta cultural, desportiva e de lazer.
V.A. – Em Quarteira, faltam escolas ou serviços de saúde?
T.P. – Relativamente às escolas, está prestes a iniciar a construção da nova escola D. Dinis, com a execução de um novo pavilhão e um campo de futebol de relva sintética. Quanto aos serviços de saúde, está em estudo uma nova unidade de saúde familiar, que será importante para colmatar a necessidade de resposta aos utentes da freguesia.
V.A. – Já se pensou na revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) em Quarteira?
T.P. – Está em estudo, mas para já não há nada em concreto.
V.A. – Como tem sido o contacto com as associações, grupos desportivos e IPSS?
T.P. – Em Quarteira, houve uma grande aposta na aproximação às pessoas, entidades, associações e clubes. Esse contacto foi e tem sido fundamental, para o sucesso de todos os projetos que foram realizados em parceria. O trabalho desportivo e cultural é feito em conjunto, com parcerias. No desporto, voltaram a realizar-se algumas provas que tinham deixado de ser realizadas, foram criadas novas e melhoradas outras já existentes. Na área social, a existência da Academia de Saber, com 230 alunos, que fez agora um ano, veio preencher uma lacuna existente, com 18 disciplinas, em que a troca de conhecimentos é a grande motivação de todos. Temos também o gabinete de ação social, a Comissão Social de Freguesia, que trabalha com os casos mais problemáticos e temos agora também um projeto de integração de estrangeiros.
V.A. – Como está a situação do Passeio das Dunas?
T.P. – Quarteira teve alguns investimentos estruturantes que estavam pendentes há muito tempo e o Passeio das Dunas foi um deles. Atualmente, ainda não faz a ligação a Vilamoura, na segunda fase, que está prevista começar depois do verão, vai ser feita essa ligação à marina. Podemos dizer que depois da sua execução a manutenção foi da responsabilidade da empresa construtora, brevemente essa manutenção será da responsabilidade da Inframoura. Deste modo, passaremos a ter o controlo e colocar o espaço como todos desejamos. É sem duvida uma obra impactante pois trouxe dignidade e prestígio a uma zona desaproveitada. Obras como esta, a Avenida Papa Francisco e a Avenida do Atlântico, colocaram Quarteira num patamar de qualidade e de referência, em relação a outras praias urbanas.
“O trabalho das Juntas de Freguesia, é um trabalho de proximidade e de repostas rápidas, mesmo nas situações em que as intervenções não sejam da sua competência.”
V.A. – Já foi apresentada a sua recandidatura. O que é que “promete” para o novo mandato?
T.P. – Muito sinceramente, prometo a continuação e o constante melhoramento do que tem sido feito. Há 4 anos, as pessoas fizeram uma aposta, não conheciam o Telmo Pinto como Presidente da Junta de Freguesia, nem o seu executivo e, neste momento, a minha reeleição será o reconhecimento da aposta feita.
O trabalho das Juntas de Freguesia, é um trabalho de proximidade e de repostas rápidas, mesmo nas situações em que as intervenções não sejam da sua competência. Tentamos, sempre que possível, dar respostas rápidas à população. Criaram-se dinâmicas muito importantes, dinâmicas de proximidade o que fez com que muita gente se voluntariasse para pequenos trabalhos. Também temos agora um protocolo com a associação oncológica do algarve que vem dar apoio às famílias e aos doentes oncológicos em Quarteira.
Sabemos o que queremos para a Freguesia e quais as suas necessidades. Quero ser um candidato e um Presidente de Junta de Freguesia com condições para ajudar as pessoas, sempre presente e próximo.
V.A. – Que diferenças há entre o Telmo Pinto de 2013 e o Telmo Pinto atual?
T.P. – O Telmo Pinto de 2013 era uma pessoa com conhecimento técnico, muita energia e vontade. Neste momento, posso dizer que o conhecimento técnico, a energia e a vontade, bem como o sentido de responsabilidade para com os utentes da freguesia, cresceram e fortaleceram bastante, ao longo destes três anos e meio.
“temos conseguido obras importantes e muitas outras estão em execução e planeadas. No entanto, defendo que é necessária uma maior descentralização de poderes.”
V.A. – Como tem sido a relação entre a Câmara Municipal de Loulé e a Junta de Freguesia?
T.P. – Tem sido muito importante a colaboração e sintonia da Câmara Municipal com a Junta de Freguesia de Quarteira, temos conseguido obras importantes e muitas outras estão em execução e planeadas. No entanto, defendo que é necessária uma maior descentralização de poderes. No ano transato, a Câmara Municipal de Loulé aumentou a verba transferida para as Juntas de Freguesia, o que significa que iniciou um processo de mais autonomia para as mesmas. Se tivermos mais autonomia, poderemos fazer muito mais.
V.A. – Se for eleito para um segundo mandato, o que ainda está por fazer?
T.P. – Grande parte dos objetivos que nos propusemos foram cumpridos. Há quatro anos não tínhamos o conhecimento que temos hoje, defendemos novas ideais não só para Quarteira, mas também para o Concelho.
Por: Nathalie Dias