Os funcionários da empresa municipal de Vila Real de Santo António (SGU) que recusaram passar a trabalhar na nova concessionária do serviço de água vão perder o trabalho, disse fonte sindical.
Apesar das promessas relativas à conservação dos postos de trabalho na empresa municipal, mesmo que recusassem transitar para a Águas de Vila Real de Santo António – empresa pertencente à Aquapor Serviços S.A, que ficou com a concessão do serviço a 01 de janeiro -, foi comunicado a esses trabalhadores que vão deixar a SGU (Sociedade de Gestão Urbana) por motivo de “extinção do posto de trabalho”, criticou Henrique Vilalonga, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
A fonte sindical precisou à agência Lusa estarem em causa nove trabalhadores da SGU que “receberam uma carta da empresa a dizer que podiam permanecer em casa e que iriam deixar de trabalhar a 28 de fevereiro, por extinção do posto de trabalho”.
A mesma fonte lembrou que, tanto o sindicato como os trabalhadores, sempre receberam “garantias da atual presidente da Câmara [Conceição Cabrita], desde quando ainda era a vice-presidente, no anterior mandato, de que os que não aceitassem passar para a nova empresa ficariam a prestar serviço na autarquia”, mas “agora são confrontados com este despedimento coletivo”, lamentou.
Entre as condições que teriam levado alguns trabalhadores a recusar passar para a empresa estão, por exemplo, o não reconhecimento de subsídios e suplementos pela nova empresa, “o que causa perda de rendimentos”, ou um período de experiência de 18 meses, “que pessoas com 10 anos de antiguidade na SGU consideraram que não fazia sentido fazer”, apontou.
O STAL reuniu-se na quinta-feira com os trabalhadores, na praça Marquês de Pombal, diante da Câmara de Vila Real de Santo António, e vai agora aguardar pelos resultados de uma reunião que os funcionários afetados pelo despedimento têm marcada com a autarca, na segunda-feira, antes de adotar novas posições.
A Lusa pediu uma reação à presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, a social-democrata Conceição Cabrita, que é também presidente do conselho de administração da SGU, e a autarquia enviou uma posição, por escrito, a garantir que negociou a passagem para a nova empresa de todos os trabalhadores da unidade de Ambiente da SGU (que detinha o serviço de água e resíduos) com “melhores condições salariais”.
“A não passagem para a nova concessionária destes nove trabalhadores (num universo de 54) deve-se apenas e só a razões pessoais já que, da parte da empresa municipal SGU, foram desencadeados todos os esforços e procedimentos para que os trabalhadores mantivessem a estabilidade laboral e desenvolvessem a mesma atividade/posto profissional que detinham anteriormente, acrescida de novas regalias salariais e manutenção da antiguidade”, assegurou a autarquia.
A Câmara quantificou as melhorias salariais alcançadas: “aumento inicial de 5% no salário; aumento anual com base no valor da inflação, acrescido de 0,5%; aumento de cerca de 50% no subsídio de refeição; oferta de seguro de saúde para o trabalhador e familiares; manutenção da antiguidade e atribuição de prémios de produtividade".
Por: Lusa