Com inauguração inicialmente prevista para o dia 1 de abril de 2020, os proprietários do novo Restaurante BAMBOO, localizado na estrada de Vale do Lobo, onde anteriormente funcionava o Restaurante São Gabriel, aprimoravam os últimos detalhes de uma remodelação profunda ao espaço.
Com uma decoração inspirada na Ásia, em perfeita harmonia com tendências tropicais, no entanto, sem perder a entidade que carateriza o espaço.
Entretanto com a evolução da pandemia do Covid-19 ou coronavírus e com o Estado de Emergência decretado em Portugal, que obrigou ao encerramento da maioria das atividades consideradas de risco, a restauração só pode retomar a sua atividade, em regime normal no passado dia 18 de maio.
O BAMBOO viu-se assim, na obrigação de adiar o seu início de atividade, para o próximo dia 1 de junho, tendo, entretanto, que adaptar-se às novas exigências de funcionamento da restauração em Portugal.
V.A. - Como surgiu a oportunidade de expandir o negócio agora com um Restaurante temático?
Paulo Borda D’ Água - A principal razão de nós iniciarmos este novo projeto, foi olhar para o Mercado e ver que no Algarve e particularmente nesta zona não existia um espaço amplo, mais abrangente na Cozinha Asiática, que está de moda no mundo inteiro, que associa a comida com um pouco de diversão. Neste novo Restaurante vamos ter divertimento, um DJ residente, mas nunca sendo barulhento, não sendo tipo discoteca.
V.A. – Qual o público alvo do novo Restaurante?
PB - Pretendemos abranger todo o tipo de cliente. Quando alguém se prepara para sair, veste-se bem e quer ir a um espaço com um ambiente agradável, numa propriedade bonita com um jardim adulto, muito tropical é esse espaço que oferecemos ao cliente num sítio com glamour onde a pessoa acaba de jantar, vai ou pode ir para o bar, a música vai aumentando o volume do som aos poucos, de hora a hora, para que todos possam jantar calmamente, depois beber um copo, divertir-se, obviamente ouvir música, até dançar um pouco, mas sempre com os níveis sonoros controlados. Isto é tipo “um Restaurante que se transforma em bar no final da noite”.
Num futuro próximo, até vai existir uma zona para as crianças, o Bamboo Kids, num local fechado, que terá televisões para filmes e jogos, mas em ambiente vigiado.
V.A. - O que vai diferenciar o “BAMBOO” dos outros Restaurantes?
PB - Nós queremos que seja um Restaurante diferente… Queremos que as pessoas se divirtam e desfrutem de pratos totalmente distintos. Teremos menus Asiáticos, Tailandeses, Japoneses, Chineses, Indianos, Vietnamitas, Malaios e até de Singapura, vamos adaptando o Menu conforme as necessidades, dando resposta aos mais diversos paladares. No nosso menu temos ainda pratos Vegans, estamos a preparar a tabela de alergénicos e temos uma grande preocupação em confecionar alimentação saudável, inclusive usamos maioritariamente legumes da nossa horta. Temos duas pessoas só para tratar da nossa horta. Aproveitamos também os frutos de época do nosso pomar para fazer gelados e Sorbets artesanais.
Nas redes sociais vai ser o Bamboo é esse o nome que queremos que fique na boca das pessoas, por uma razão, porque o São Gabriel, que aqui funcionava anteriormente, estava conotado com a Estrela Michelin, e a Estrela Michelin está conotada com um ambiente mais clássico.
V.A. - Mas se dentro de um grupo de pessoas houver uma que não goste de comida Asiática têm outras opções tradicionais?
PB – Sim vamos ter mais opções, nós queremos ser mais abrangentes, existem muitas pessoas que não gostam de comida Asiática ou acham que não gostam e não queremos que por uma pessoa o resto do grupo se iniba de vir cá. Teremos sempre alguns pratos tradicionais, mediterrânicos, com que as pessoas se identificam. Mas também na comida Japonesa, temos as carnes grelhadas, camarão na chapa que é uma comida muito simples e que geralmente quase todas as pessoas gostam. Até diria que faz parte do nosso objetivo ter alguns pratos que se identifiquem com os portugueses, para que não haja alguém, ou até mesmo uma criança que diga “eu não gosto” por isso mesmo, também vamos ter menu infantil.
V.A. - Em 2015 quando lhe perguntámos, numa entrevista realizada por este jornal se alguma vez pensaram em expandir o negócio e nos responderam que não “estava nos vossos planos”… o que os fez agora mudar de opinião?
PB - O que nos levou a abraçar este projeto foi; em primeiro lugar, nós não o procuramos, este projeto veio ter connosco, e depois fazia sentido, por vários motivos, por um ponto de vista de proximidade já que este Restaurante é confinante com o nosso outro Restaurante, fica a cinquenta metros do Alambique.
A nascente e norte confronta com a nossa propriedade, contribuindo para o alargamento do nosso espaço. Começamos logo a pensar na quantidade de sinergias que se podiam criar, estamos a falar de uma lavandaria única, compras em conjunto, até o serviço de limpeza dá para os dois espaços, entre muitas outras coisas.
Ainda continuando com a situação das sinergias, também não queríamos um concorrente tão perto de nós. (risos)
Sempre sentimos que esta zona tinha falta de um Restaurante Asiático com diversão, que é uma tendência a nível mundial.
Adelino Campina e Paulo Borda D’Água alargam oferta com o BAMBOO Restaurante e Bar. A família Alambique com 45 anos de atividade na restauração, alargou a sua oferta com um novo espaço em Vale do Lobo, o BAMBOO Restaurante e Bar, que servirá almoços e jantares e onde até há pouco tempo funcionou o Restaurante São Gabriel. |
V.A - Vão servir almoços e jantares. Isso é uma novidade até porque a maioria dos Restaurantes nesta zona serve só jantares. E quanto aos preços são acessíveis?
PB - Porquê almoços e jantares? A comida Asiática tem muita salada tropical daquelas com lima, com limão, com caju, aquelas coisas que os Orientais usam muito, também à base de frango.
Temos noção que as coisas podem funcionar, podemos não ter sucesso logo ao início, mas com o hábito as pessoas vão aderir, ademais o menu vai ser igual ao almoço e ao jantar! Vão haver preços acessíveis e vão haver preços um pouco mais caros!
Estamos vocacionados para o cliente português e estrangeiro. A cozinha Asiática como é do conhecimento geral, tem por base o frango, os legumes, o camarão, o pato, o que acontece é que não estamos a falar de produtos extremamente caros, o camarão um pouco mais, mas o frango é acessível, a pessoa vai desfrutar de um sítio paradisíaco, gastando numa refeição normal 30 a 35 €, ou comendo um Pad Thai de frango vai pagar 15 a 16€. É evidente que, se as pessoas optarem por cocktails ou vinhos mais caros o preço sobe, para preços normais de uma casa, que oferece um jardim fabuloso, que oferece condições únicas. Mas quem quiser vir apenas “tomar um copo” e usufruir do espaço também pode vir, é bem-vindo, é recebido da mesma maneira, porque o Bar está lá, mesmo para isso.
V.A - Claro! Com o ambiente magnifico que têm, vão ter espaço para festas privadas?
PB - Vamos sim… no espaço adjacente ao Restaurante, existe um jardim fabuloso, idílico, com ambiente tropical, com uma piscina fabulosa. É um jardim adulto, com árvores de quinze metros de altura, com palmeiras com vinte metros, com estrelícias e muitas plantas e vegetação tropical, este espaço exterior é mesmo uma “coisa fabulosa”.
Para se ter uma noção há uma empresa de casamentos que nos está a fazer uma proposta de exclusividade para as cerimónias, não é para o copo de água!? É para as cerimónias! Não se conhece propriedade nenhuma com esta particularidade na região.
V.A. - A estrela do Menu, já está definida? Aquele prato que vai ser só vosso?
PB - Ainda não temos a estrela do menu….mas para dizer melhor vão haver várias estrelas, já que à semelhança do Alambique, não temos um winner. Quando no Alambique me perguntam qual é a especialidade eu repondo que, tenho tantos anos disto, que se fizesse alguma coisa menos boa tirava da carta! E no Bamboo queremos que seja exatamente igual!
O que é que eu posso prometer? O mesmo que prometo no Alambique só compramos e usamos produtos de qualidade.
O BAMBOO Restaurante e Bar irá servir uma cozinha de fusão Asiática, onde poderá usufruir de um ambiente agradável e desfrutar de um jardim único.Adelino Campina, 66 anos, juntamente com o seu cunhado e sócio, Paulo Borda D’Água, 54 anos, são os proprietários deste novo Restaurante. |
V.A. - Relativamente ao staff, conta com chefs portugueses ou estrangeiros?
PB - Temos o Chef principal, um “Sushi Man” Júnior e três Tailandeses.
No total, vamos criar por agora mais 14 postos de trabalho. O Alambique tem vinte funcionários o ano inteiro, no Verão chegamos aos quarenta e cinco no total, infelizmente isto é muito sazonal. Estou convencido de que iremos para perto dos oitenta, oitenta e cinco no total dos dois Restaurantes, apesar do serviço muito cuidado que isso é apanágio nosso.
Vamos lá ver no Bamboo, a cozinha não é tão exigente quanto a do Alambique, até porque no Asiático é preciso mais pré-preparação e na hora da saída é mais rápido, é mais fácil. A nossa cozinha no Alambique é uma cozinha “na hora”, é tudo feito na hora, por isso precisamos de muito mais pessoas na cozinha!
Nós como proprietários, para a abertura deste novo espaço, não queríamos ninguém que não tivesse experiência. Toda a equipa que aqui vai trabalhar é uma equipa com experiência e até em chefia. Como é evidente nós gostamos de dar oportunidade aos jovens de Loulé, Almancil e Quarteira e ao longo de muitos anos, temos formado muita gente, alguns integraram o nosso quadro de pessoal e outros desempenham a sua atividade nos locais mais diversos do Algarve.
Para mim é com muito agrado que quando visito outros Restaurantes e Bares, encontro funcionários que trabalharam connosco e que se afirmaram ao longo da vida e que ainda hoje agradecem essa oportunidade que lhe demos quando jovens.
V.A. - Com tantos espaços interiores e exteriores, qual é a capacidade total do Bamboo?
PB - No Inverno estamos a apostar entre as cinquenta e as sessenta pessoas, depois juntando o Bar e as esplanadas no verão, a capacidade aumenta para cerca de cento e cinquenta pessoas. Ou seja, podem estar em simultâneo, nos dois Restaurantes trezentos clientes.
V.A. - Há quantos anos trabalham juntos na restauração?
PB - Eu e o Adelino estamos juntos há vinte e três anos… (risos)
V.A. – A empresa SolGolf iniciou a sua atividade com o Restaurante “Alambique” há 23 anos. Nessa altura iniciava-se a época de ouro do turismo no Algarve. Agora com o Bamboo, a empresa estende a atividade neste novo desafio. Comparando esses tempos áureos com a atualidade, que diferenças são mais notórias?
PB - O cliente agora está definitivamente mais exigente. A crise anterior veio ajudar nessa exigência. Quando temos menos capacidade financeira, quando o cliente sai de casa e vai a um local para se sentir confortável esse momento tem que ser perfeito, o cliente é muito mais exigente.
Todos temos experiência na hotelaria. Eu, o Adelino e o Miguel há que realçar, que o Adelino entregou a gestão do Bamboo ao filho Miguel e à filha Carla. As gestoras do Restaurante vão ser a Carla e a minha mulher, a Andrea, elas é que vão “dar a cara”, eu e o Miguel estamos mais na retaguarda a dar todo o apoio.
V.A. - Existe o Paradigma que Vale de Lobo e Quinta do Lago estavam conotados como sendo lugar só para estrangeiros, era pouco comum os Portugueses frequentarem este tipo de Restauração. Há diferença em relação ao passado?
PB - Ainda continua um pouco, uma das coisas que queremos que os clientes entendam é que este novo espaço não está a ser feito para os estrangeiros, eu vou até dizer-lhe mais, este espaço está a ser pensado para os Algarvios, em que estamos a tentar conjugar a população algarvia com a população estrangeira.
Temos um espaço com nível, para residentes e estrageiros, num ambiente bonito, com pessoas bonitas e agradáveis, e sabemos que acreditam no nosso trabalho, tanto é que, vamos abrir o Restaurante no dia 1 de junho e já contamos com cento e vinte reservas, entre junho e agosto.
Com estes preços arrojados para o tipo de restauração que temos, pretendemos atrair a comunidade algarvia, que quando sai, quer ter um jardim bonito, um espaço agradável, que pode ter diversão a seguir, que não precisa de sair para outro espaço, para se divertir.
No Algarve a comunidade que gosta de se arranjar para sair, que saboreia um bom prato, que de vez em quando até pode gastar um pouco mais, encontra aqui o espaço perfeito.
V.A. - Inicialmente a abertura do Bamboo estava prevista para o dia 1 de abril, com a pandemia provocada pelo COVID-19 a nível mundial, foram obrigados a adiar a inauguração para o próximo dia 1 de junho. Neste tempo, que alterações e adaptações tiveram que fazer para adaptar o espaço às novas exigências da Restauração?
PB - A abertura foi adiada para o dia 1 de junho devido à pandemia que estamos a viver, o que por um lado até nos deu tempo de melhorar ainda mais o espaço e a nossa oferta ao mercado. O nosso espaço é já de raiz muito amplo e aberto com uma vasta área do jardim. O cenário perfeito para esta fase em que é necessário distanciamento e muito ar puro. Temos ao dispor dos nossos clientes serviço presencial e também serviço take-away, que inclui todo o menu para aqueles que optarem por comer em casa.
No nosso espaço, contamos com muitas áreas de desinfeção e uma limpeza assídua que nesta altura será ainda mais uma nossa prioridade.
Nathalie Dias