Apetites por doces à noite

10:12 - 28/06/2020 OPINIÃO
Por Teresa Lourenço | Nutricionista | Cédula Profissional 3087N tmlourenconutricao@gmail.com

Uma vez que a quarentena está associada à interrupção da rotina de trabalho, pode desencadear a sensação de tédio, o que pode estar associado a uma maior ingestão calórica (aumento do consumo de maiores quantidades de gorduras, hidratos de carbono e proteínas) e procura de “alimentos de conforto” açucarados.

Esta vontade de ingerir um tipo específico de alimentos é definida como desejo alimentar, os estudos dizem-nos que, por norma as mulheres sentem-no maioritariamente.

O desejo por hidratos de carbono incentiva a produção de serotonina que é a conhecida como uma “hormona da felicidade”, isto é, tem um efeito positivo no humor. Podemos então considerar que os alimentos ricos em hidratos de carbono podem ser uma forma de automedicação contra o stress e sentimentos de tristeza.

De salientar que o consumo de doces pode aumentar o risco de desenvolver obesidade (estado crónico de inflamação), que associado a doenças cardíacas, diabetes e doenças pulmonares ainda torna o estado de saúde da pessoa mais complicado, o que pode levar a maior risco de complicações graves da CoVID-19.

O stress relacionado com a quarentena também resulta em perturbações do sono que, por sua vez, agravam ainda mais o stress e aumentam a ingestão de alimentos, dando assim origem a um perigoso ciclo vicioso.

Em suma: é importante consumir ao jantar alimentos que contenham/promovam a síntese de serotonina e melatonina (hormona do sono). Alimentos como: amêndoa, banana, cereja e aveia, contém melatonina e/ou serotonina. Estes alimentos podem também conter triptofano, que é um precursor da serotonina e da melatonina. Os alimentos proteicos como o leite e os produtos lácteos são as principais fontes de triptofano indutor do sono.

 

Por isso, já sabe antes de dormir se tiver fome, mais vale comer um iogurte com uma colher de chá de aveia e polvilhar com canela, do que um “chocolatinho”.