UGT/Algarve pede medidas excecionais para o desemprego na região

19:17 - 28/06/2020 ALGARVE
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) do Algarve pediu hoje ao Governo que implemente com urgência medidas excecionais para evitar que o desemprego na região, que em maio cresceu mais de 200%, aumente ainda mais após o verõ.

Em comunicado, o presidente daquela estrutura sindical defendeu como “prioritário equacionar medidas de apoio ao emprego” para que “daqui a dois ou três meses”, ao começar a época baixa, o desemprego não assuma dimensões “ainda mais dramáticas”, num contexto de pandemia de covid-19.

“O ideal seria avançar com mais uma medida excecional para a região que fosse mais abrangente e cumulativa com aquela medida já em vigor”, referiu Daniel Santana, aludindo ao programa FormAlgarve, que apoia as entidades empregadoras que celebrem contratos de, no mínimo, 12 meses com trabalhadores seus cujos contratos terminem entre 01 de setembro e 31 de dezembro.

Segundo o dirigente sindical, o problema da sazonalidade na região agravou-se com a crise pandémica, devido à “economia muito dependente dos fluxos turísticos”, sendo necessário que haja “mais incentivos às empresas candidatas e com maior duração”.

Para Daniel Santana, o facto de o Algarve ser a região do país mais afetada pelo desemprego nos meses que antecedem o pico do Verão - normalmente os de maior empregabilidade - “faz antever que, após a época balnear, muitos mais postos de trabalho venham a encerrar se não forem, desde já, acauteladas pelo Governo medidas de apoio ao emprego pós-verão”.

Aquele responsável apontou ainda o prolongamento do tempo que impede o despedimento dos trabalhadores que estiveram em ‘lay-off’ até ao final de 2020 como outra das medidas para evitar que “os meses de setembro e outubro se revelem catastróficos para milhares” de trabalhadores.

Segundo dados do boletim mensal do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) divulgados na passada segunda-feira, em maio de 2020 o Algarve foi a região que registou o maior aumento de desempregados inscritos, com um crescimento de 202,4%, em termos homólogos.

O maior aumento do número de desempregados foi registado no setor dos serviços (44,7%), em especial no alojamento, restauração e similares, aumentando 89,3%, segundo o IEFP.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 498 mil mortos, incluindo 1.561 em Portugal.

 

Lusa