PSD/Loulé | Uma decisão que não nos causa surpresa

14:55 - 29/06/2020 POLÍTICA
Em 2017, os socialistas alcançaram o seu melhor resultado nas eleições autárquicas em Loulé, criando no eleitorado uma ilusão de desenvolvimento e dinâmica que aos poucos se desvanece.

Menos de três anos depois, o Prof. Adriano Pimpão, um dos rostos que mais credibilidade emprestou a essa vitória socialista, apresenta a sua demissão de Presidente da Assembleia Municipal. Uma decisão que, para nós, não é surpreendente. E explicamos porquê.

Não são de hoje os problemas sérios que se vivem internamente na Câmara Municipal de Loulé, principalmente no seio do próprio executivo liderado por Vítor Aleixo. Sabemos que o mal-estar de alguns vereadores tem vindo a crescer, é já indisfarçável e assenta, por um lado, na gritante ineficácia e inoperância do presidente da autarquia, que há muito elegeu a gestão da sua própria imagem como a principal prioridade, em detrimento do desenvolvimento do concelho e ao arrepio das infinitas promessas que fez em campanha, e por outro na sua postura quase ditatorial, teimosa e de ideias fixas, própria de quem julga ser dono de todas as certezas.

Da absoluta falta de iniciativa à inexistência de obras estruturantes para o concelho que sejam de estrita responsabilidade camarária, Vítor Aleixo vai “navegando ao sabor da maré” e limita-se a anunciar – e patrocinar financeiramente - grandes investimentos em projetos do Estado central, transformando a câmara municipal numa espécie de sucursal do governo de António Costa, o mesmo que vai asfixiando o País com a maior carga fiscal de sempre e que, para o famoso equilíbrio de contas do Orçamento do Estado, corta despesa a torto e a direito. Assim, torna-se fácil anunciar aos quatro ventos a ausência de défice, promovendo grandes obras em estruturas regionais, mas com a fatura a ser paga por “beneméritos” como Vítor Aleixo, que acham perfeitamente natural esbanjar os recursos de uma autarquia com projetos que deveriam ser pagos pelo Governo.

Esta nova tendência na autarquia de Loulé explica-se naturalmente pela filosofia do seu presidente, pouco dado a prestar contas seja a quem for sobre as suas ideias, e explica também a decisão do Prof. Adriano Pimpão, que entendeu – em boa hora – deixar de pactuar com esta forma errada de fazer política, avessa ao escrutínio, opaca nos procedimentos e inconsequente na ação.

Como Presidente da Assembleia Municipal de Loulé, o Prof. Adriano Pimpão mereceu desde o primeiro dia o nosso respeito, já que sempre pautou a sua intervenção no respeito máximo pelo papel fiscalizador daquele órgão. Foi muitas vezes o primeiro a questionar o executivo sobre matérias que ficavam sem resposta, demonstrando que por ter sido eleito pelo PS não significaria ser conivente com o que quer que fosse, muito menos com a pouca vontade do executivo camarário em prestar contas da sua gestão.

Há muito que se percebeu o grande incómodo que esta forma de estar do Prof. Pimpão provocava em Vítor Aleixo, que nunca escondeu o sonho de tornar a Assembleia Municipal numa mera caixa de ressonância. Só que o líder da assembleia foi também ele tomando nota dos entraves vindos do executivo camarário, do incumprimento das promessas eleitorais e dos tiques de autoritarismo do presidente da edilidade, justificando por fim aquela que seria a inevitável decisão de apresentar a sua demissão, recusando-se a pactuar com esta situação.

É naturalmente um rude golpe para os socialistas em Loulé, ou talvez até lhes possa servir como um sinal de alerta para finalmente perceberem que Vítor Aleixo se prepara para ficar na história deste concelho como o mais inoperante presidente de câmara de todos os tempos.

Da nossa parte, fica apenas um sentimento de gratidão pelo trabalho do Prof. Adriano Pimpão, a quem prestamos publicamente homenagem pelo percurso meritório na Assembleia Municipal de Loulé, e que demos já nota ao próprio através de um contacto pessoal por parte do presidente do PSD/Loulé, Fábio Bota.

Em tudo o resto, caberá ao povo decidir já no próximo ano se não estará na altura de terminar de vez com este marasmo num município onde muitas freguesias desesperam por coisas tão básicas como água e esgotos, ou por equipamentos cujas obras não saem do papel e de meras e ocas intenções.

 

Loulé, 29 de Junho de 2020.

Gabinete de Comunicação da Comissão Política de Secção do PSD/Loulé