O grupo tem um plano para chegar a 24 unidades no país, onde opera há dois anos. Admite comprar «hotéis ociosos que possam ser transformados em residências seniores».
Em plena pandemia, o negócio das residências para idosos dá sinais de dinamismo, a nível de novo investimento. A operar há dois anos em Portugal, o grupo francês Orpea tem em curso um plano de expansão para chegar às 24 unidades de 'senior living' no mercado nacional. A construção é feita em parceria com o Grupo Visabeira, a quem os franceses compraram o negócio da saúde por 22,8 milhões de euros. Com uma aposta na oferta de serviços, as residências seniores distinguem-se dos tradicionais lares de terceira idade, com oferta de lazer e serviços de medicina, reabilitação e enfermagem.
Nos antigos edifícios da Universidade Moderna, em Lisboa, a Orpea tem prevista uma nova residência sénior, unidade que resulta de um investimento de 17 milhões de euros. E depois da última abertura em Viseu, entre as novas localizações surgem Guarda, Castelo Branco e Évora.
A multinacional francesa especialista em senior living junta à oferta hoteleira serviços de medicina, enfermagem, fisioterapia e reabilitação, num modelo de negócio “que vai muito para lá da tradicional residência”, segundo disse Frederico Vidal, diretor de operações ao Expresso, detalhando que o investimento da Orpea “requer zonas comuns, salas de estar e quartos num setor de atividade que tem uma regulação rigorosa”.
Explicando que “todas as residências possuem instalações adaptadas às necessidades dos utentes, prolongando o tempo de autonomia e retardando uma eventual situação de dependência” - fatores que implicam “elevadas exigências" -, o responsável, mas não descarta "a aquisição de alguns desses hotéis ociosos que possam ser transformados em residências seniores”.
Sobre este tema, Jorge Costa, administrador da Visabeira Turismo, Imobiliária e Serviços, a sub-holding do grupo que integra a construção considera que em todo o interior do país “há boas condições para estas unidades”, argumentando ao Expresso que “existe um portefólio alargado de hotéis adormecidos, alguns dos quais podem ser facilmente reconvertidos, sobretudo os de construção mais recente”. O mesmo já não acontece “com os mais antigos”, acrescenta o administrador da Visabeira que aponta ao mercado externo onde Portugal “poderá captar residentes, para unidades no sul do país, mas também no Alentejo ou noutros locais, desde que a promoção seja feita e haja qualidade da oferta”.
Operadores internacionais competem com grupos de origem lusa
Portugal, tal como aponta o semanário, conta com a presença de operadores privados de grande dimensão, como a José de Mello, as Residências Montepio e o Grupo Luz Saúde, tendo-se recentemente registado a chegada de investidores internacionais. Além dos franceses, também os espanhóis da Clece dispõem já de unidades em Portugal.
“O aumento da esperança média de vida tem impulsionado o negócio das residências adaptadas para a população mais idosa e é uma forte oportunidade de investimento em Portugal, acompanhando a tendência que já se verifica nos mercados internacionais”, declarou por outro lado Paula Sequeira, da consultora Savills ao jornal.
A Savills regista um crescimento de 81% nos últimos 20 anos, com destaque para Lisboa e Porto, que representam já um quarto da oferta nacional, com 24 mil camas. O Algarve, com 3810 camas é outro dos destinos escolhidos, sobretudo por idosos estrangeiros.
Por: Idealista