O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse hoje em Paredes de Coura que a equipa que vai gerir a TAP vai ser conhecida «nas próximas semanas, dias», mas escusou-se a adiantar nomes.
"Nas próximas semanas, nos próximos dias vamos conhecer a equipa que vai gerir a TAP", disse o governante aos jornalistas à margem de uma visita às obras de construção da ligação do parque empresarial de Formariz, naquele concelho do distrito de Viana do Castelo, à Autoestrada (A3).
Questionado sobre os nomes que estão a ser estudados, o ministro apenas disse que o Governo está a fazer o seu "trabalho".
"Quando tivermos a equipa concluída, será conhecida", acrescentou.
à pergunta dos jornalistas acerca do eventual empréstimo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) à Groundforce, Pedro Nuno Santos disse compreender a posição do banco.
"Eu compreendo bem a posição da CGD. Eu espero que a breve prazo nós tenhamos notícias boas sobre a Groundforce. Agora a TAP ajudou no que podia e não pode continuar a injetar mais dinheiro sem garantias. É óbvio, é evidente para todos e, por isso, estamos a aguardar que a questão seja resolvida, nomeadamente no que diz respeito ao nosso ainda sócio".
Questionado se uma insolvência controlada poderia ser uma solução afirmou: "Não vou dizer mais nada sobre esse assunto".
Em 24 de março, o ministro das Infraestruturas afirmou disse que o atual presidente executivo da TAP, Ramiro Sequeira, se mantinha no cargo até que o plano de reestruturação estivesse fechado em Bruxelas, o que pode acontecer só em maio.
“Estava já decidido que haveria uma nova [gestão] e haverá quando entrar em Bruxelas o plano de reestruturação” disse Pedro Nuno Santos, durante uma audição na Assembleia da República.
Ramiro Sequeira assumiu o cargo interinamente, na sequência da saída de Antonoaldo Neves, o presidente executivo escolhido por David Neeleman, que também já não está na companhia aérea.
Pedro Nuno Santos disse que já estava prevista entrada de uma nova gestão apenas depois de o plano estar fechado com a Comissão Europeia, mas a conclusão das negociações estava a arrastar-se além do prazo inicialmente apontado (primeiro trimestre deste ano), podendo isso só acontecer em maio.
“As negociações com Bruxelas estão a correr bem, nós achamos que o desfecho vai ser positivo”, acrescentou o governante na altura.
Em 2020, a TAP voltou ao controlo do Estado, que passou a deter 72,5% do seu capital, depois de a companhia ter sido severamente afetada pela pandemia de covid-19 e de a Comissão Europeia ter autorizado um auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à transportadora aérea de bandeira portuguesa.
Recentemente, foram concluídas negociações entre a empresa com todos os sindicatos representativos dos trabalhadores da TAP, para a implementação de um acordo de emergência na companhia.
Em 19 de março, depois de várias negociações, a Groundforce e TAP chegaram a um acordo, em que a companhia aérea adquiriu por cerca de sete milhões de euros equipamentos da empresa de 'handling' (assistência nos aeroportos), que passa a pagar à TAP pelo aluguer deste material. Este acordo permitiu desbloquear provisoriamente o impasse na empresa e pagar os salários em atraso aos 2.400 trabalhadores.
O acordo foi fechado com três votos a favor - os dois administradores nomeados pela TAP e o presidente executivo da empresa de 'handling', Paulo Neto Leite-, a abstenção do presidente do Conselho de Administração, Alfredo Casimiro, e um voto contra, disse então à Lusa fonte ligada ao processo.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português e que é acionista minoritário e principal cliente da empresa que presta assistência nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.
Por: Lusa