Marcar a diferença e «agitar as águas» é o mote do semanário NOVO. Assumidamente de centro-direita, este informativo tem como diretor Diogo Agostinho, que explica melhor o projeto.
A Voz do Algarve - Quem é o Diogo Agostinho? Conte-me um pouco do seu percurso profissional. É este o primeiro cargo de gestão num órgão de comunicação social?
Diogo Agostinho - Um algarvio, nascido em Faro, economista, pai e que gosta de estudar política. Desde sempre muito interessado em política. De uma forma simples é o que sou. Vivi em Faro até aos meus 17 anos, depois fui estudar para Lisboa e licenciei-me em economia. Trabalhei no sector privado, na área de inovação, trabalhei no sector social, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e depois no sector público, em funções na Câmara Municipal de Cascais. Atualmente, com as novas funções de Diretor do NOVO, é a primeira experiência na área da comunicação social, apesar de ter sido colunista mais de sete anos no Expresso, e antes no Diário Económico. Pelo meio ainda escrevi dois livros, Insondáveis Sondagens, com o Alexandre Guerra e o Da Troika à Geringonça. Se pergunta quem é o Diogo, digo que é alguém que gosta de dizer e escrever o que pensa.
VA - O NOVO é um semanário em papel assumidamente de centro-direita. Quais são os seus objetivos e pilares principais?
DA - Ser um jornal novo, como o próprio nome indica. Queremos fazer diferente. Para fazer igual já existem os jornais atuais, e muito bem. Não viemos contra ninguém. Somos novos de nome, mas sobretudo novos de mentalidade. Assumimos a nossa linha editorial, sem complexos. Dizemos ao que vimos. É raro em Portugal, esta forma de estar. Os nossos pilares são a liberdade, mas sobretudo a ousadia de falar para o país. Não temos dogmas, mas também não aceitamos ditaduras de gostos, que cada vez são mais frequentes. Há um espaço no país para esta forma de estar. E por isso assumimos o que somos.
VA- Tem formato online?
Temos. Um website, com notícias diárias. Hoje o mundo já não se faz apenas no papel e damos muita importância ao espaço online. Temos notícias diferentes no online, bem como muita DA- opinião de novos protagonistas que desafiámos a escrever. Esta é outra das nossas missões, criar novos protagonistas. Faz falta ao país ter novas caras, novas vozes, com outro pensamento.
VA- Podemos considerar que o NOVO vem reforçar alguns valores dos partidos de centro-direita e tentar chamar a atenção de um público que talvez não consuma política afincadamente, mas que até goste de ler algumas notícias?
DA- Pode considerar que o NOVO vem para incomodar. Vem, de facto, para agitar as águas. Temos noção que o tempo hoje é complexo. Temos noção que estamos com o mundo ao contrário, com esta pandemia mundial, no entanto, também temos noção que um jornal como o nosso, com notícias, com muita opinião, com momentos de reflexão tem o seu espaço. Sobretudo, o espaço que os leitores nos quiserem dar. O jornal nasce para os leitores. E não queremos roubar leitores a nenhum outro jornal, pelo contrário, queremos que quem consuma outros jornais, também compre o NOVO. Se for de Direita ou de Esquerda, esperamos que quem compre o NOVO seja desafiado a pensar, tenha acesso a informação com qualidade e fique bem informado.
VA- Numa opinião publicada no NOVO, referiu que o semanário “não vem substituir os partidos essenciais na nossa democracia”, mas que vinha “avisar os partidos que a democracia não está garantida”. Considera que a democracia como a conhecemos está em risco? Referia-se ao crescimento de partidos políticos de extrema-direita, como o Chega, que é tantas vezes apontado como o partido que quer colocar fim à democracia?
DA- Agradeço a referência ao texto que publiquei. Considero que a democracia nunca está garantida. Nunca. Não é ter receio de ninguém, muito menos da força da maioria, mas é fundamental que um jornal como o NOVO, com uma posição editorial vincada, seja capaz de dizer de forma bem clara que é preciso uma alternativa para o país. Não podemos viver na ideia de que tudo está garantido, de que não há alternativas ao atual estado do país. Pelo contrário, precisamos de pedir mais a todos. De todos os Partidos. O NOVO não se substituiu aos Partidos, mas vem desafiar os Partidos para assumirem o seu papel crucial em Democracia.
VA- O NOVO acabou de ganhar voz em tempos de pandemia. Considera crucial que, mais do que nunca, a população esteja bem informada e consiga distinguir as fake news ou as informações menos corretas do que é realmente verdadeiro?
DA- O NOVO nasce neste contexto muito específico. Temos essa noção. E queremos, como já referi, informar as pessoas com rigor, com qualidade, mas também a trazer mais pontos de vista para o debate nacional. As fake news são uma realidade. Existem, sobretudo amplificadas pelas redes sociais. O NOVO quer trazer informação credível, sempre com o intuito de respeito pelo contraditório. A informação menos correta que se torna viral é uma enorme ameaça à Democracia. E estaremos sempre na linha da frente desse combate.
VA- A redação do NOVO é constituída por 25 jornalistas? Como se mantém uma redação desta proporção, tendo em conta que a imprensa em Portugal atravessa um mau momento em termos de apoios?
DA- Com rigor, com espírito de união e com uma gestão de enorme proximidade. Os tempos atuais não são fáceis, mas a existência de um novo jornal é, temo-lo dito, um hino à Democracia. Devemos celebrar a chegada de mais jornais. Não é por ser o NOVO, mas mais jornais são um tributo aos portugueses, que passam a dispor de mais informação. E um povo informado, é um povo poderoso. E nós queremos um povo informado para melhor decidir o seu futuro.
VA- Como está a ser a aceitação do público em relação ao NOVO. Que tipo de público lê o semanário?
DA- Os primeiros sinais são muito animadores. O feedback é de enorme curiosidade, por um lado, mas também de entusiasmo. E esse entusiasmo tem chegado à redação. Ainda é cedo para catalogar o público que lê o NOVO, mas queremos mais leitores, curiosos e exigentes. Com vontade de fazer esta viagem semanal com o NOVO.
Por: Filipe Vilhena e Nathalie Dias