O diretor da easyJet para Portugal defendeu hoje a substituição da exigência de teste PCR para o SARS-CoV-2 por dois testes antigénio, mais baratos, para que a retoma não seja «regresso ao passado, em que voar era um luxo».
“Não podemos transformar esta retoma num regresso ao passado, em que voar era um luxo só ao alcance de quem tinha dinheiro”, disse à Lusa José Lopes, dando o exemplo de uma família de quatro pessoas que queira voar para Portugal, que vê o custo da viagem acrescido em cerca de 1.000 euros devido à exigência de um teste PCR negativo para a presença de SARS-CoV-2, para poder efetuar os voos de ida e volta.
“Esse custo, é o custo de uma semana num hotel, possivelmente, neste momento. […] Estamos a diminuir, sem dúvida, a capacidade de muitos consumidores por essa Europa fora de poderem fazer férias, principalmente as famílias”, acrescentou o responsável.
José Lopes referiu um estudo levado a cabo por epidemiologistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, que demonstrou que dois testes antigénio, feitos três a cinco dias antes da viagem apresentam o mesmo nível de proteção para a saúde pública e de eficácia na captação de possíveis casos que um teste PCR, “sendo extremamente mais baratos”.
O responsável apontou que esta é, aliás, uma decisão que o Governo português tem adotado para outros países da União Europeia (UE), no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE, mas que ainda não fez o mesmo “dentro de portas”.
A easyJet considera ainda “importante” que se apliquem em Portugal continental as mesmas regras que foram adotadas na Madeira, onde não é exigida a apresentação de um teste negativo a quem já foi vacinado contra o coronavírus.
“É muito importante nós, como país que depende do turismo, cuja percentagem do PIB que depende do turismo é tão elevada, tomarmos medidas para aproveitar esta vantagem que nós temos relativamente aos outros países”, para que este verão seja ainda “algo positivo para a economia nacional”, sublinhou José Lopes.
Nos meses de abril, maio e junho, a easyJet vai operar globalmente cerca de 15% da sua capacidade normal, embora em Portugal “bastante mais”.
“Neste mês de maio estamos já a operar pouco mais de um terço da nossa capacidade normal e esperamos, para o mês que vem, operar cerca de 58% da nossa capacidade normal”, disse o responsável.
A easyJet vai abrir uma nova base no Algarve, com três aviões e 100 postos de trabalho adicionais.
As primeiras operações com aviões vão ter início em 01 de junho e a inauguração formal será no dia 15.
A easyJet anunciou hoje prejuízos antes de impostos declarados de 747 milhões de euros (645 milhões de libras) no primeiro semestre fiscal encerrado em 31 de março, face a 409 milhões de euros de perdas do mesmo período de 2020.
A companhia aérea de baixo custo britânica disse que os resultados estão “em linha com as expectativas”, tendo em conta as restrições às viagens devido à pandemia de covid-19.