Instituto Português do Mar e da Atmosfera disponibiliza dados com mais de uma hora de atraso, impossibilitando a tomada atempada de decisões em prol da população
Luís Gomes, antigo Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, e Professor na Universidade do Algarve, critica o atraso com que são disponibilizados os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Num momento em que o país está sob o efeito de uma depressão, as imagens de satélite apresentam atrasos de aproximadamente 90 minutos o que impossibilita que os órgãos competentes se preparem atempadamente.
“As autoridades necessitam da melhor informação e em tempo útil. Quando há um atraso tão acentuado como aquele a que agora assistimos podemos estar a condenar a população a sofrer consequências que ninguém deseja. Hoje, o IPMA fornece dados de radar com cerca de 90 minutos de atraso, o que significa que quando esses dados chegarem ao conhecimento dos agentes de proteção civil já será demasiado tarde”, defende Luís Gomes.
Num período em que a incerteza meteorológica é cada vez mais uma preocupação e as alterações climáticas são uma realidade a que o Homem terá que se habituar até que as melhores decisões possam surtir efeito, Luís Gomes relembra que há mecanismos que podem ajudar a sociedade a estar mais bem preparada.
“A tecnologia está cada vez mais avançada e a meteorologia não é exceção, aliás conseguimos hoje prever como estará o estado do tempo nos próximos 30 dias. Precisamos que o mesmo aconteça quando as condições são mais adversas, e sabemos, hoje, que serão cada vez mais frequentes e mais intensas. No inverno, sobretudo, os decisores precisam da melhor informação e precisam que essa informação seja instantânea sob pena de tomarem decisões com base em informação ultrapassada”, adverte Luís Gomes.
Esta terça-feira, Luís Gomes enviou uma comunicação ao Presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera onde mostrou as suas preocupações e pediu que sejam tomadas medidas que permitam a disponibilização atempada de informação, para que os agentes de proteção civil, tanto a nível local, como nacional, possam tomar as melhores decisões para proteger a população.