O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) identificou em Portugal 13 casos da Ómicron, a nova variante do coronavírus, foi hoje anunciado.
Em comunicado conjunto, o INSA e a Direção-Geral da Saúde (DGS) revelam que os ensaios preliminares efetuados no INSA "sugerem, fortemente, que todos os 13 casos associados aos jogadores do Belenenses SAD estejam relacionados com a variante de preocupação Ómicron".
As autoridades de saúde explicam também que o INSA, nas análises a casos de infeção de jogadores do Belenenses SAD, através do seu Departamento de Doenças Infecciosas, analisou, no domingo, um lote de 13 amostras positivas associadas a casos de infeção de jogadores do Belenenses SAD, dado que um dos casos positivos terá tido uma viagem recente à África do Sul.
"Por forma a garantir a quebra de cadeias de transmissão e seguindo o princípio da precaução em Saúde Pública, enquanto se aguardam mais informações relativamente à transmissão, impacto e efetividade vacinal contra a variante Ómicron, as Autoridades de Saúde determinaram o isolamento profilático dos contactos dos casos de infeção associados a este surto, independentemente do estado vacinal e do nível de exposição", refere a nota.
Estes contactos - acrescenta - "permanecem isolados e serão submetidos a testagem regular, o mais precocemente possível, ao 5.º e ao 10.º dia".
O INSA analisou ainda amostras provenientes de 218 passageiros de um voo com origem em Maputo, que aterrou no dia 27 de novembro, no aeroporto de Lisboa.
Quanto a este voo, apenas se detetaram dois positivos: um está associado à variante Delta e o outro não permitiu a correta identificação.
O Instituto Ricardo Jorge iniciou, desde já, a sequenciação do genoma para confirmação final destes casos. No entanto, acrescenta a nota, "o valor preditivo dos ensaios já realizados é muito elevado".
Esta nova variante genética do coronavírus, inicialmente identificada na África do Sul e em alguns países da África Austral, foi já identificada também nos últimos dias em alguns países europeus.
"Contudo, não existem ainda quaisquer dados científicos que suportem a sua maior transmissibilidade ou a sua capacidade para diminuir a eficácia das atuais vacinas", referem as autoridades de saúde, que reforçaram a vigilância epidemiológica, aplicando medidas de controlo, com o isolamento profilático dos contactos de casos de infeção pela variante Ómicron ou com história de viagem à África Austral nos 14 dias anteriores, independentemente do estado vacinal, pelo princípio da precaução em Saúde Pública.
Também o INSA continuará a realizar a monitorização das variantes genéticas do novo coronavírus de modo contínuo através da análise de amostragens com representatividade nacional, bem como a análise de casos suspeitos que sejam identificados pelas autoridades de saúde ou pelos laboratórios colaboradores", acrescenta a nota.
As autoridades nacionais dizem ainda que "Portugal está atento a esta situação, mantendo o seu programa contínuo de monitorização de variantes a nível nacional" e continuam a apelar ao autoisolamento e testagem de pessoas que tenham sintomas sugestivos de COVID-19, que devem contactar o SNS24.
Covid-19: OMS diz que risco global da Ómicron é "muito alto"
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que o risco global representado pela nova variante Ómicron do coronavírus é "muito alto", num relatório sobre esta nova variante do SARS-CoV-2.
Tendo em conta as altas mutações da Ómicron, com potencial para ser mais resistente à imunização e mais contagiosa, o risco da variante ser transmitida mundialmente é "alto", refere o documento da OMS.
“Pode haver novas ondas de Covid-19 com consequências graves, dependendo de muitos fatores, como os locais onde essas ondas ocorrem”, acrescenta.