O bastonário da Ordem dos Médicos considera que o país já devia ter dado um primeiro passo na preparação dos serviços de saúde para a Jornada Mundial da Juventude em 2023, onde são esperados um milhão de jovens em Lisboa.
A um ano da realização deste evento católico, que decorrerá no Parque Tejo, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e será encerrada pelo Papa Francisco, Miguel Guimarães defende que o trabalho já devia estar a ser realizado para “garantir capacidade de resposta ao serviço de saúde nessa altura”.
“Vem um milhão de jovens de todo o mundo, acho que é possível organizar as coisas com tempo de forma a que os serviços de saúde fiquem mais reforçados e de forma a que existam planos para garantir a segurança às pessoas”, defendeu o bastonário da Ordem dos Médicos em entrevista à agência Lusa.
Nesse sentido, Miguel Guimarães considera que já devia ter sido nomeado um grupo de trabalho, liderado por alguém com experiência nesta área, para ter tudo “devidamente planeado e organizado” para receber os participantes na Jornada Mundial da Juventude que acontece no próximo ano, entre 01 e 06 de agosto, em Lisboa.
Apesar de ser esperada “muita gente” neste evento, o bastonário afirma que não é uma situação completamente nova para Portugal, observando que o Algarve durante o verão recebe cerca de um milhão de turistas.
“A população do Algarve, normalmente nesta altura [do ano], passa dos cerca de 500.000 habitantes para cerca de 1,5 milhões. Portanto, já não há aqui uma novidade”, elucidou Miguel Guimarães.
Apesar disso, nunca se prepara o Algarve para responder ao aumento da população e depois, disse, “andamos sempre a correr atrás do prejuízo que é o que acontece todos os anos”.
“Nós já sabemos que temos dificuldade de recursos humanos, sabemos que o Hospital de Faro está a rebentar pelas costuras, é pequenino para as necessidades da própria população do Algarve, mas não conseguimos resolver o problema, não conseguimos ter um novo hospital, e andamos nisto há 20 anos ou mais anos e a coisa não anda para a frente”, lamentou.
Aludindo aos participantes na Jornada Mundial da Juventude, Miguel Guimarães afirmou que o potencial de problemas em termos de saúde é mais baixo do que se fosse um milhão de pessoas que incluísse jovens e não jovens.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, um evento que nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.