Mais construção de edifícios fez subir produção na construção para 2,3% em agosto, mostram dados do INE. Há mais emprego no setor.
Construir casas novas está cada vez mais caro – subiu 12,6% em agosto. Este é um cenário impulsionado pela subida dos custos dos materiais de construção, alavancados pela alta inflação que se faz sentir em Portugal. E também pelo crescimento dos custos da mão de obra, que tem sido alimentado pela escassez de trabalhadores no setor. Em resultado, os salários na construção têm vindo a subir, tendo crescido 5,4% em agosto face ao período homólogo, aponta o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira, dia 12 de outubro.
A falta de mão-de-obra qualificada é uma questão estrutural no setor da construção em Portugal. E para colmatar esta falha e atrair mais trabalhadores, as empresas têm vindo a subir os salários. Os dados do INE esta quarta-feira publicados espelham esta realidade: as remunerações aos trabalhadores da construção subiram 5,4% em agosto 2022 face ao mesmo mês do ano passado. E também a contratação de profissionais aumentou 1,1% entre estes dois momentos.
O que os dados também mostram é que houve uma desaceleração na subida dos salários e do emprego na construção, já que as variações no mês anterior foram superiores:
Salários na construção aumentaram 6,3% em julho e 5,4% em agosto, ou seja, -0,9 pontos percentuais (p.p);
Emprego na construção passou de 1,4% em julho para 1,1% em agosto (-0,3 p.p).
Já “face a julho, o emprego e as remunerações registaram taxas de variação de -0,6% e -11,7%, respetivamente (-0,3% e -11,0% em agosto de 2021)”, refere ainda o boletim do instituto.
Produção na construção subiu 2,3% em agosto
Com mais trabalhadores no setor, também se construiu mais no verão. Em agosto, “o Índice de Produção na Construção aumentou 2,3%, em termos homólogos, uma taxa superior em 0,4 p.p. à registada em julho [1,9%]”, lê-se no documento.
E a subida produção na construção em agosto foi o resultado das acelerações de ambos os segmentos:
▪ A construção de edifícios aumentou 2,5% em agosto (2,1% em julho);
▪ A engenharia civil passou de uma variação de 1,6% em julho para 2,0% em agosto.
De notar que a variação homóloga da produção na construção em agosto embora tenha sido superior à registada em julho (1,9%), junho (1,5%) e maio (1,9%) é inferior à observada nos meses de abril (3,7%) e março (4,4%), mostram os dados.
Por: Idealista