«Temos um problema demográfico, precisamos de trazer pessoas novas, sangue fresco», diz a secretária de Estado do Turismo.
O Governo está interessado em atrair cada vez mais nómadas digitais para o país, estando a preparar, por exemplo, um programa com as escolas de turismo para acolher e orientar estes profissionais no território, anunciou a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques. Segundo a governante, que falava durante uma conferência na Web Summit, são várias as vantagens do novo regime de entrada de nómadas digitais em Portugal, sendo importante «atrair jovens para Portugal». «Temos um problema demográfico, precisamos de trazer pessoas novas, sangue fresco», afirmou, acrescentando que são um grupo que «pode impulsionar a economia».
Rita Marques sublinhou, no entanto, que este não é um regime dedicado apenas a estrangeiros, mas também a cidadãos portugueses que foram para o estrangeiro.
«Precisamos de atrair os portugueses que saíram do país há alguns anos, e quando promovemos nómadas digitais, isso também se aplica a portugueses. Não estamos a vender o país apenas a estrangeiros, mas a portugueses que trabalham em empresas americanas e canadianas e que podem trabalhar a partir de Portugal», detalhou.
Entre as novidades anunciadas pela secretária de Estado está a criação de um programa nas 12 escolas de turismo nacionais: «Basicamente, a ideia é ajudar a decisão destes nómadas digitais, informando sobre as potencialidades do país, qual será a melhor localização para se poderem instalar».
«Se gostam de surf, provavelmente o centro do país, com Peniche e Nazaré, se gostam mais do recato do nosso Alentejo, do nosso Douro, Centro ou dos Açores, também. A ideia é servir de montra de Portugal (…) e facilitar a decisão», disse Rita Marques aos jornalistas, citada pela Lusa, à margem do painel «A Ascensão do Nómada Digital».
Um país moderno e “aberto” ao mundo, diz António Costa
Também António Costa abordou, dias antes e durante uma visita aos pavilhões de exposições de startups presentes na Web Summit, que decorreu na Feira Industrial de Lisboa (FIL), a importância de atrair nómadas digitais. O primeiro-ministro considera essencial que Portugal continue aberto ao mundo e capte investimento tecnológico para a sua modernização e desenvolvimento.
Questionado sobre o regime especial fiscal e de permanência concedido pelo Estado aos chamados nómadas digitais, cuja vinda para o país poderá estar a agravar o preço da habitação nas principais cidades do país, o chefe de Governo considerou essencial que Portugal seja um país atrativo e não fechado ao mundo.
«Ou queremos ser um país fechado ao mundo, e isso é matar a nossa história, cultura e vocação; ou queremos ser aquilo que temos vindo a ser, um país aberto, onde todos se sentem bem-vindos, onde cada um pode desenvolver os seus projetos de vida», respondeu.
Estes regimes destinados à atração de investimento e de jovens quadros internacionais, na perspetiva do líder do Executivo, «são mais-valias que o país tem de manter». «Temos de saber acolher e temos de acarinhar. Se queremos ser um país cada vez mais inovador, com empresas que crescem à escala global, é fundamental termos essa dinâmica», reforçou.
Por: Idealista