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Produção de hidrogénio em Sines ganha estatuto de projeto estratégico nacional

16:56 - 19/12/2022 ALENTEJO
O projeto GreenH2Atlantic, que se encontra a desenvolver uma unidade de produção de hidrogénio verde em Sines, recebeu o estatuto de PIN (Potencial Interesse Nacional).
- Estatuto de projeto PIN (Projetos de Potencial Interesse Nacional), que reconhece importância estratégica do projeto de hidrogénio verde GREENH2ATLANTIC para a economia e desenvolvimento nacionais, foi atribuído pela AICEP.
 
- Projeto é promovido por EDP, Galp, ENGIE, Bondalti, Martifer, Vestas Wind Systems A/S e conta com a participação de McPhy e Efacec, ISQ, INESC-TEC, DLR e CEA e pela associação de empresas com financiamento público-privado Axelera.
 
- Central terá uma capacidade de produção de hidrogénio verde de 100 MW a partir de 2025 na antiga central de produção elétrica a carvão de Sines da EDP.
 
O estatuto foi atribuído pela AICEP em reconhecimento da importância estratégica que o projeto tem para Portugal. Na decisão pesaram fatores como o investimento estratégico e a captação de grandes investidores/parceiros internacionais, a criação de emprego, a dinamização de economia local e nacional, a aposta na inovação e na transição energética a partir de fontes renováveis, entre outros.
 
Para a atribuição deste estatuto manifestaram-se favoravelmente todas as entidades consultadas: Agência Portuguesa do Ambiente, Direção Geral de Energia e Geologia, Instituto de Conservação da Natureza, Turismo de Portugal e Câmara Municipal de Sines.
 
A central de produção de hidrogénio verde do GreenH2Atlantic em Sines consiste na adaptação e reaproveitamento das infraestruturas da maior central de produção de energia elétrica a carvão do país, que terminou a sua operação em janeiro de 2021, num inovador centro de produção de hidrogénio, com capacidade de produção de hidrogénio através eletrólise de 100MW.
 
Com esta reconversão, o projeto GreenH2Atlantic contribui para um modelo de produção energética totalmente enquadrado nas metas de descarbonização nacionais e europeias.
 
O GreenH2Atlantic é desenvolvido por EDP, Galp, ENGIE, Bondalti, Martifer, Vestas Wind Systems A/S e conta ainda com a participação de McPhy e Efacec, assim como parceiros académicos e de investigação tais como ISQ, INESC-TEC, DLR e CEA, além do cluster público-privado Axelera. Sujeito a decisão final de investimento prevista para o final de 2023, estima- se que o projeto entre em operação no final de 2025.
 
O projeto visa criar 1.147 empregos diretos e 2.744 indiretos ao longo de toda a cadeia de valor do hidrogénio.
 
O total do investimento previsto é de mais de 150 milhões de euros, dos quais 30 milhões provêm de fundos atribuídos pela Comissão Europeia (programa Horizon
2020).
 
A atribuição deste estatuto traduz-se num acompanhamento mais próximo da Comissão Permanente de Apoio ao Investidor em todos os licenciamentos, autorizações ou aprovações da competência da administração central e local que sejam necessários para a sua execução, simplificando e agilizando todo o processo.
 
Portugal, e em especial Sines, oferece condições únicas no desenvolvimento de uma economia verde do hidrogénio, com o aproveitamento das infraestruturas e das sinergias locais e o acesso à rede elétrica existente.
 
Este projeto é também um contributo importante para a estratégia europeia do hidrogénio que visa atingir a neutralidade carbónica até 2050, na qual o hidrogénio renovável terá um papel fundamental.
 
Hidrogénio verde: o substituto dos combustíveis fósseis a partir da divisão das moléculas da água O hidrogénio verde é produzido através da separação de moléculas de água em hidrogénio e oxigénio através do processo de eletrólise utilizando energia renováveis como fonte de eletricidade.
 
Reconhecido como uma das chaves para construir a economia verde do futuro, o seu potencial na descarbonização da economia mundial tem vindo a ser destacado em todo o mundo pelos mais reputados especialistas como a forma mais eficaz de combater o efeito de estufa.
 
Com a produção e importação de gás natural a diminuir e a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito de estufa e a dependência energética do exterior, o hidrogénio verde é entendido como uma das alternativas mais viáveis para descarbonizar os setores que são dificilmente eletrificáveis.