Os e-mails e mensagens do trabalho estão a «matar-nos» lentamente?

11:00 - 22/01/2023 ECONOMIA
A monitorização excessiva de comunicações fora do horário de trabalho é prejudicial ao bem-estar e aos relacionamentos.

O stress gerado pelos e-mails e mensagens constantes do trabalho está a “matar” lentamente a nossa saúde mental. Isto é, afeta psicologicamente os funcionários e, por consequência, os seus familiares. Esta é uma das conclusões apontadas pelo estudo ‘Killing me Softly’, publicado recentemente. Segundo o documento, a necessidade de estar sempre “ligado”, mesmo que não explicitamente, leva a um tipo específico de stress, denominado ‘e-ansiedade’, afetando o bem-estar geral da própria pessoa e de quem a rodeia.

Os autores do estudo entrevistaram mais de 400 funcionários de diferentes setores e pessoas próximas, segundo o El País, e confirmaram que a monitorização excessiva de e-mails fora do horário de trabalho é prejudicial ao bem-estar e aos relacionamentos. De acordo com os autores do estudo, verificar obsessivamente a caixa de entrada do correio eletrónico é uma bandeira vermelha, mas apenas pensar nisso também é prejudicial.

Segundo William Becker, professor da Virginia Tech University e coautor do estudo, o efeito negativo deste comportamento acaba por ser transferido para os cônjuges ou filhos quando a pessoa deixa de desempenhar as suas funções pessoais ou familiares por não conseguir livrar-se completamente do trabalho. E por isso é preciso estar atento a pequenos gatilhos, como quando a família está envolvida numa atividade de lazer, mas um dos membros está sempre a verificar o e-mail ou a pensar em problemas no trabalho, dificultam a conexão efetiva entre os membros da família.

A pandemia e o teletrabalho também acabaram por intensificar os níveis de ansiedade e stress. Ao perderem as “ligações físicas”, as pessoas procuram manter os laços estando sempre disponíveis, seja por e-mail por redes sociais, como Whatsapp. E este novo modo de trabalhar dificulta a tarefa de desligar, porque se assume que o trabalhador tem sempre o telemóvel nas mãos, o que provoca a sensação de ter de responder o mais rapidamente possível. É por isso importante e fundamental impor limites ao uso de tecnologias para garantir o direito ao descanso e tempo de folga.

Por: Idealista