O ministro da Saúde revelou hoje que no verão arranca um novo modelo de referenciação dos serviços de urgência, mas não será já «em todo o país nem em todas as urgências».
A ideia é criar alternativas para que as pessoas que não estão numa situação de urgência possam ser vistas no próprio hospital ou num centro de saúde, explicou Manuel Pizarro, à margem do SNS Summit, que decorreu no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
O ministro espera que o novo modelo “possa estar parcialmente em funcionamento no próximo verão”, admitindo que provavelmente não “será possível em todas as zonas do país nem em todas as urgências”.
Certo é que “vai haver alteração da referenciação”, até porque, segundo Manuel Pizarro, “as pessoas que não têm razão para ir às urgências, se tivessem um local onde pudessem ser atendidas era muito melhor para elas e melhor para o sistema de urgência, ou seja, era melhor para todos”.
O responsável acrescentou que primeiro é “preciso encontrar um modelo de resposta seguro e efetivo para que as pessoas sem razão clínica para ir à urgência possam ser tratadas”.
“Poderá não ser igual em todos os hospitais”, reafirmou.
Para já o ministro põe de parte a possibilidade de as urgências só receberem doentes previamente referenciados, à semelhança do que acontece noutros países: “Não imagino que em Portugal no médio prazo seja possível chegar a um sistema tão sofisticado”.
No entanto, admite que “talvez se chegue lá um dia”.
Durante o encontro que decorreu em Lisboa, o presidente da Direção Executiva do SNS, Fernando Araújo, disse que ia avaliar o modelo de referenciação para as urgências, em especial os casos menos graves.
O plano de Inverno, criado pelo Ministério da Saúde, também já previa que os hospitais pudessem propor aos doentes triados com pulseiras verdes e azuis o encaminhamento para o centro de saúde, dando-lhes a garantia de que teriam uma consulta dentro de 24 horas.
Em declarações aos jornalistas, Manuel Pizarro disse que durante os fins-de-semana houve mais de 220 centros de saúde abertos que tiveram cerca de seis mil pessoas: “É uma componente significativa que permitiu avaliar os hospitais”, defendeu.