Portugal recebeu 22,3 milhões de turistas não residentes em 2022, um crescimento de 131,4% face a 2021, mas 9,6% abaixo dos 24,6 milhões de turistas acolhidos no ano pré-pandémico de 2019, divulgou hoje o INE.
“Depois de dois anos em que o setor do turismo foi fortemente afetado pela pandemia Covid-19, o ano de 2022 foi significativamente marcado pelo regresso dos turistas estrangeiros a Portugal, aproximando-se dos valores recorde de 2019 nos principais indicadores”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) nas ‘Estatísticas do Turismo 2022’.
De acordo com o instituto estatístico, os proveitos totais nos estabelecimentos de alojamento turístico ascenderam a 5.000 milhões de euros, mais 115,2% que no ano anterior, ao passo que os de aposento alcançaram 3.800 milhões de euros, após uma subida de 117,3%.
Em relação a 2019, estes indicadores apresentaram subidas de 16,7% e 17,9%, respetivamente, indica o INE.
O documento assinala que o mercado espanhol se manteve “como principal mercado emissor de turistas internacionais (quota de 25,8%), tendo crescido 97,4% face ao ano anterior”.
O mercado francês continuou em segundo lugar, com uma quota de 13,3% e com um crescimento de 91,1%, enquanto o Reino Unido completou o pódio de emissores de turistas, com 13,2% do total, e com uma subida de 186,8%.
Considerando a generalidade dos meios do alojamento turístico (hotelaria, turismo no espaço rural/habitação, alojamento local, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), em 2022 registaram-se 28,9 milhões de hóspedes e 77,2 milhões de dormidas, traduzindo-se em aumentos de 80,7% e 81,1%, respetivamente (+36,9% e +40,7%, pela mesma ordem, em 2021), “ficando ligeiramente abaixo dos níveis de 2019 (-2,2% e -0,8%, respetivamente)”.
Em 31 de julho de 2022 estavam em atividade e com movimento de hóspedes 7.431 estabelecimentos, um aumento de 13,1% face ao ano anterior e de 3,9% em relação a 2019.
Os estabelecimentos de alojamento turístico concentraram 91,9% dos hóspedes e 90,3% das dormidas, seguindo-se parques de campismo (7,0% e 8,8%, respetivamente) e as colónias de férias e pousadas da juventude (1,1% e 0,9% pela mesma ordem).
O mercado interno somou 27,5 milhões de dormidas em 2022, o equivalente a 35,6% do total, subindo 22,2% e ultrapassando em 5,3% os valores de 2019.
Já as dormidas de não residentes continuaram abaixo dos números de 2019 (-3,9%), apesar de um aumento de 146,9%, para 49,7 milhões.
Todas as regiões registaram acréscimos dos números de dormidas, com destaque para a Área Metropolitana de Lisboa (121,1%), Região Autónoma da Madeira (90,9%) e Norte (86,6%), enquanto Alentejo e Centro tiveram os crescimentos mais reduzidos (29,8% e 55,5%, respetivamente).
Face a 2019, houve “crescimentos na RA Madeira (12,3%), no Norte (7,4%), na RA Açores (6,6%) e no Alentejo (1,5%), enquanto no Algarve, na AM Lisboa e no Centro se verificaram decréscimos de 7,7%, 3,8% e 1,3%, respetivamente”, acrescenta o INE.
O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi de 74,0 euros em 2022, contra 32,6 euros em 2021 e 49,4 euros em 2019, enquanto o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu os 103,6 euros (88,2 euros em 20221 e 89,2 euros em 2019).
A estada média manteve-se em 2,67 noites, baixando 6,2% entre os residentes e 3,9% nos não residentes em 2022 face a 2021. Em relação a 2019, a subida foi de 0,03 pontos percentuais.
De acordo com os dados divulgados hoje pelo INE, e tendo por base o ‘Inquérito às Deslocações dos Residentes’, no ano passado 47,7% da população residente em Portugal efetuou pelo menos uma viagem turística, o que representou um acréscimo de 3,7 pontos percentuais face a 2021, correspondendo a 4,9 milhões de indivíduos. Face a 2019, houve um défice de 547,3 mil turistas.
No total, em 2022 os residentes em Portugal fizeram 22,6 milhões de deslocações turísticas, numa subida de 29,2% face ao ano anterior, mas ainda abaixo (-7,5%) em relação ao período pré-pandemia.
As viagens em território nacional aumentaram 21,0% (-6,5% face a 2019), para 20,0 milhões (88,3% do total, 94,2% em 2021 e 87,3% em 2019), enquanto as deslocações para o estrangeiro “ganharam representatividade” (11,7%, +6,0 p.p. comparando com 2021; -0,9 p.p. face a 2019) ao alcançarem 2,7 milhões (+162,5%, -14,3% em comparação com 2019).
As viagens turísticas realizadas por residentes geraram mais de 94,6 milhões de dormidas em 2022 (+14,5% face a 2021, -4,6% face a 2019), tendo a maioria ocorrido em Portugal (78,4% do total, 88,5% em 2021 e 77,6% em 2019).
Em 2022, a remuneração bruta por trabalhador ao serviço das atividades de alojamento situou-se em 1.165 euros, mais 50 euros face a 2021, mas inferior em 247 euros ao registado no total da economia.
O setor conta com cerca de 8,5 mil empresas e 81,9 mil trabalhadores.
Por: Lusa