A compostagem é um processo natural de decomposição de resíduos orgânicos. Deixamos-te dicas para que a possas colocar em prática.
Um dos maiores problemas de hoje em dia é a forma inadequada como descartarmos o lixo, que resulta em danos gravíssimos para o meio ambiente. Não basta apenas Reduzir, Reutilizar, Reciclar e são exigidas soluções inteligentes para amenizar essa situação, sendo uma delas a compostagem.
Mas conheces bem esta prática que oferece benefícios ambientais e para a saúde? Esclarecemos tudo para que a possas iniciar e reduzir a pegada ecológica.
O que é a compostagem e para que serve?
A compostagem é o processo biológico de reciclagem dos resíduos orgânicos (originários de fontes urbanas, domésticas, industriais, agrícolas e florestais), capaz de transformá-los em adubo através de micro-organismos.
Por outras palavras, algumas minhocas ou bactérias estão responsáveis por decompor os resíduos, criando um composto orgânico nutritivo devolvido posteriormente ao solo, por exemplo, para jardinagem. A compostagem torna-se pertinente para reduzir o volume de lixo gerado, ao transformar um resíduo que, caso contrário, acabaria em aterros sanitários.
Vantagens e inconvenientes da compostagem para o meio ambiente
Por garantir o ciclo natural dos resíduos orgânicos, a compostagem permite atingir um adubo rico e evita a libertação de gases prejudiciais, como o metano - comum aquando da junção dos resíduos orgânicos com resíduos eletrónicos. Mas existem mais vantagens da compostagem:
Redução da emissão dos gases de estufa: quem faz compostagem evita até 30 anos de emissões de carbono para a atmosfera;
Desperdício zero: nada se perde, tudo se transforma. Por um lado, a compostagem diminui os resíduos enviados para aterros e, por outro, prolonga o tempo de vida útil dos próprios aterros;
Aumento da qualidade dos solos: mais estáveis e férteis, além de protegidos contra a degradação. O adubo produzido é ecológico e pode ser utilizado para cultivar plantas, leguminosas, verduras ou árvores frutíferas.
Existem, porém, algumas desvantagens da compostagem que também deves conhecer:
Libertação de odores intensos: durante a compostagem podem ser libertados maus cheiros, nomeadamente quando é a mesma não é feita da forma mais apropriada. Deve ser privilegiado o isolamento dos recipientes de compostagem, quando são construídos junto a condomínios ou espaços movimentados;
Exigência de grandes áreas: nem todos têm espaço para fazer compostagem em casa e deve haver espaço para movimentar/virar os recipientes, para permitir a circulação de ar;
Tempo para a decomposição dos resíduos orgânicos: não existe um prazo exato e pode variar de semanas a meses. Tenta ser paciente e adota os cuidados em prol da eficácia deste processo.
Todas as pessoas que desejam iniciar a prática da compostagem doméstica devem estar a par dos cuidados específicos e de quais resíduos podem utilizar, caso contrário darão origem a outro inconveniente: a proliferação de pragas.
Que alimentos podem ser usados para compostagem?
O processo de reciclagem dos resíduos orgânicos pode ser feito com vários alimentos, que devem ser respeitados para assegurar a qualidade do húmus. Alguns deles são ricos em azoto e outros ricos em carbono:
Folhas verdes, secas, restos de relva cortada ou de plantas (sem doenças ou pesticidas), ramos, palhas, agulhas de pinheiro;
Restos de legumes, verduras e sementes (por exemplo cascas de cebola, cascas de batata e batata-doce);
Talos de frutas (cascas, polpas e pedaços de frutas);
Borras de café e sacos de chá.
Quanto aos produtos que não podes utilizar na compostagem são:
Restos de comida como carnes, peixe, ossos e espinhas;
Cascas de nozes;
Laticínios e produtos gordos (manteiga, queijo, iogurtes, molhos);
Cortiça, carvão, cinzas, cigarros e beatas;
Excrementos de animais pequenos, como cães e gatos;
Plantas doentes e plantas com sementes.
Antes de criares compostores domésticos deves contactar alguma entidade responsável pela compostagem, para que possa indicar um guia de boas práticas perante os resíduos orgânicos produzidos em tua casa.
Como fazer compostagem doméstica: passo a passo
Antes de arregaçares as mangas para iniciar o processo de compostagem, é importante que tenhas algumas noções sobre o tema. Por isso mesmo, se quiseres começar a fazer compostagem doméstica, estes são os passos que terás de seguir:
1.º: Escolhe o local perfeito, com área suficiente à colocação dos compositores. No exterior, coloca-os à sombra, com um pouco de água e sem vento;
2.º: No fundo da caixa coloca ramos grossos, que vão ajudar na circulação do ar. Depois, coloca resíduos castanhos húmidos para forrar a caixa;
3.º: Adiciona terra ou composto preparado com microrganismos, para iniciar a compostagem. Para evitar os maus odores, cobre tudo com as folhas secas (resíduos verdes);
4.º: Repete o processo até encher todo o compostor.
No caso de quereres realizar o processo de compostagem - adição de minhocas ou outros agentes externos - coloca uma camada de palha seca no fundo do recipiente, adiciona as minhocas, os resíduos orgânicos e cobre com material seco.
Mantém o compostor húmido, borrifa-o regularmente com água, evita o excesso de alimentos e mistura de vez em quando para arejar. O composto pode ser utilizado quando estiver macio e escurecido.
Quais os tipos de compostagem?
Podemos distinguir tipos de compostagem de forma a respeitar as necessidades de cada um. A compostagem doméstica é comum em casas e apartamentos, já a compostagem comunitária, desenvolvida por algumas câmaras municipais e start-ups privadas em Portugal, permite a reciclagem massiva dos resíduos orgânicos.
Também pode ser feita a compostagem comercial (por empresas especialistas), a compostagem agrícola (sobre as áreas rurais), ou a compostagem industrial (em instalações que processam grandes volumes de resíduos orgânicos).
Quanto custa fazer e manter a compostagem em Portugal?
Existem fatores que vão influenciar o custo da compostagem, como o método, materiais utilizados e a escala do projeto. O orçamento também deve ser pensado para suportar os custos iniciais relacionados com os recipientes adquiridos.
Por sua vez, a manutenção da compostagem implica custos mínimos com água e gastos com materiais adicionais. Nota que a compostagem doméstica apresenta custos mais baixos face à de larga escala, por exigir outras infraestruturas.
Se interessado em realizar compostagem deverás obter todas as informações com os possíveis projetos existentes na tua zona de residência. Começa hoje a fazer a diferença na tua comunidade.
Por: Idealista