Comprar casa está mais caro pelo mundo, mas preço cresce ao ritmo mais lento desde 2015. Portugal é o 9.º país onde mais sobe.
Os preços das casas para comprar em todo o mundo estão sob pressão à medida que os bancos centrais sobem os juros de referência para tentar travar a inflação. Mas a verdade é que os preços das casas em 56 países estão a subir ao ritmo mais lento desde 2015, uma vez que há menor pressão da procura sobre a oferta da habitação existente.. Ainda assim, Portugal foi o nono país onde as casas para comprar ficaram mais caras: os preços cresceram 11,4% no último ano terminado em março de 2023.
O crescimento médio anual dos preços das habitações nos 56 mercados abrangidos pelo Knight Frank Global House Price Index abrandou para 3,6% nos 12 meses até ao final do primeiro trimestre de 2023. No trimestre anterior, o aumento dos preços das casas foi de 5,7%.
Olhando para o horizonte temporal, verifica-se que o preço das casas está a subir ao “ritmo anual mais lento” desde o terceiro trimestre de 2015”, concluem em comunicado enviado às redações. A subida dos preços das casas a nível global desceu, assim, do pico recente de 11,1% registado no primeiro trimestre de 2022 (últimos 12 meses), quando os mercados globais estavam em expansão no rescaldo da pandemia.
Analisando os dados do último ano terminado no primeiro trimestre de 2023, verifica-se que os preços das casas subiram na maioria dos países (em 39 dos 56 analisados). Em primeiro lugar está a Turquia, onde os preços subiram 132,8%, resultado de uma “inflação galopante”, analisam no documento. O top3 das maiores subidas dos preços das habitações está a Macedónia do Norte (18,8%) e a Croácia (17,3%).
Portugal surge no top 10 do índice dos mercados cujos preços mais cresceram no último ano (11,4%). Já nos outros países do sul da Europa verifica-se que os preços das casas subiram a um ritmo muito menor: Espanha (3,1%) e Itália (1,1%).
O que também salta à vista é que os preços das casas caíram em 17 países do mundo, oito das quais com uma contração superior a 5%, com a Coreia do Sul (-15,7%), Nova Zelândia (-13%), Hong Kong (-10,3%) e Suécia (-8,8%) a liderar as descidas.
Evolução dos preços das casas em 2023 abranda ainda mais
Corre o ano de 2023 e as tendências agravam-se. Os juros no crédito habitação estão cada vez mais elevados, dificultando o acesso à compra de casa pelas famílias. Até porque o poder de compra continua a ser pressionado pela alta inflação em vários países. Em resultado, os preços das casas a nível global abradaram para 1,5% nos primeiros três meses do ano (muito embora esteja melhor do que nos últimos três meses de 2022, quando contraíram 0,6%).
Se analisarmos a variação de três meses até ao primeiro trimestre de 2023, observa-se que o mercado que regista o maior crescimento é a Turquia (22,2%), seguida da Lituânia (8,2%) e de Malta (7,3%). Também o preço das casas em Portugal mostra sinais de abrandamento, com um crescimento de 1,7% no último trimestre e de 3,8% nos últimos 6 meses.
Mas foram registadas mais quedas de preços das casas nos primeiros meses de 2023, tendo as habitações ficado mais baratas em 23 dos mercados analisados. Os países onde os preços das habitações mais desceram no mesmo período foram a Suécia (-4,5%), a Nova Zelândia (-4,1%) e a Eslováquia (-3,9%), mostram os dados.
Por: Idealista