Transação de habitações caiu em todas as regiões portuguesas. Norte e Centro registaram as menores diminuições, aponta o INE.
A incerteza que paira sobre o mercado de habitação, sobretudo devido aos elevados juros no crédito habitação, tem vindo a travar a compra de casas. É isso mesmo que mostram os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE): entre abril e junho de 2023 foram transacionadas 33.624 habitações, menos 23% do que no mesmo período do ano anterior. E esta foi uma realidade sentida em todas as regiões portuguesas, sem exceção. Foi precisamente no Algarve, na Madeira e na Grande Lisboa onde se observou um maior recuo na venda de casas entre estes dois momentos, tendo sido superior a 25%. Por conseguinte, o investimento em habitação também caiu.
“Entre abril e junho de 2023, foram transacionadas 33.624 habitações com um valor total de 6,9 mil milhões de euros, traduzindo-se numa redução, face a idêntico período do ano anterior, de 22,9% e 16,7%, respetivamente”, começou por explicar o INE no boletim publicado na passada quinta-feira, dia 21 de setembro.
Olhando para o mapa de Portugal também saltou à vista que “no segundo trimestre de 2023, todas as regiões registaram uma redução homóloga no número e no valor das transações de alojamentos”, conclui ainda o gabinete de estatística português. Mas onde houve maior queda do número de casas vendidas face ao mesmo período de 2022?
A maior descida de todas foi registada no Algarve. Nesta região foram vendidas um total de 2.946 habitações entre abril e junho deste ano, menos 29% do que no segundo trimestre de 2022. Também foi aqui que se sentiu a maior retração do investimento em habitação(-21%). Foi na Região Autónoma da Madeira que se observou a segunda maior queda na venda de casas nesse período: foram transacionadas um total de 795 alojamentos familiares, menos 305 que um ano antes (-28%), o que fez arrefecer o investimento em 18%.
Também a Área Metropolitana de Lisboa registou uma descida de 27% no número de transações, totalizando apenas 9.696 negócios de casas no segundo trimestre de 2023. Este é menor número de venda de casas registado desde o final de 2016, excluindo o segundo trimestre de 2020, que coincide com o início da pandemia da Covid-19. Em resultado, também o investimento em habitação na Grande Lisboa caiu 16% para 2.931.894 euros (continuando a ser, contudo, a região portuguesa que atrai mais capital).
No Alentejo e nos Açores foram vendidas 2.537 e 533 habitações no segundo trimestre, respetivamente, o que constitui uma queda de 24% face ao período homólogo. O volume de investimento também caiu 21% em ambas as regiões entre estes dois momentos, apontam os dados do instituto.
Por outro lado, foi no Norte e no Centro onde as vendas das casas menos caíram. Mas, mesmo assim ainda, observou-se uma descida de 20% na região Norte para 9.628 transações, e uma diminuição de 17% na região Centro, para 7.489 negócios. Nestas duas regiões, o investimento em habitação caiu 14% e 13%, respetivamente.
Observou-se que também no Grande Porto as vendas de casas desceram mais (-23%) do que na região Norte (-20%), tendo sido seladas 5.008 operações entre abril e junho deste ano. Ainda assim, foram movimentados quase mil milhões de euros neste período na Área Metropolitana do Porto (-15% face ao período homólogo).
Por: Idealista