Primeiro-ministro diz que teto de 2% na subida das rendas não se repetirá e que o Governo está a procurar solução de equilíbrio.
Quanto podem aumentar as rendas em 2024? Este ano, o Executivo decidiu pôr um travão na subida das rendas, com os senhorios a poderem aumentar o valor cobrado aos inquilinos no máximo 2%. Este é um assunto que tem feito correr muita tinta, e o primeiro-ministro António Costa veio agora confirmar que o teto de aumento de rendas de 2% não se vai repetir no próximo ano.
Em entrevista à TVI - CNN Portugal, o chefe de Governo revelou que haverá uma nova solução para 2024, que está neste momento a ser negociada com as partes envolvidas –inquilinos e proprietários – de modo a “distribuir o esforço”.
“Estamos a conversar, quer com a Associação Portuguesa de Inquilinos, quer com a Associação de Proprietários, para ver como distribuímos o esforço entre o proprietário, os inquilinos e o Estado, sendo que nós não podemos simultaneamente dizer que queremos dar confiança aos proprietários para colocarem casas no mercado e todos os anos adotarmos medidas que quebram essa confiança”, disse António Costa.
Segundo o primeiro-ministro, uma coisa é certa: “Repetir a fórmula que foi adotada neste ano, não”. “Qual a medida entre os 2% e os 6,95% que resultaria da fórmula legal, é algo que estamos a falar”, adiantou.
De recordar que a inflação dos últimos 12 meses sem habitação, que conta para o cálculo da atualização das rendas, situou-se em 6,94% em agosto, confirmou recentemente o Instituto Nacional de Estatística (INE). Significa isto que, sem uma intervenção do Governo, os senhorios podem aumentar as rendas 6,94% a partir de janeiro de 2024.
As contas são fáceis de fazer, caso o Executivo de António Costa não decida impor um travão aos aumentos. Mostramos alguns exemplos:
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Uma renda de 100 euros em 2023 passa para 106,94 euros em 2024;
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Uma renda de 200 euros em 2023 passa para 213,88 euros em 2024;
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Uma renda uma renda de 500 euros em 2023 passa para 534,70 euros em 2024;
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Uma renda de 1.000 euros em 2023 passa ara 1.069,40 euros em 2024.
Na mesma entrevista que deu à TVI - CNN Portugal, o líder do Executivo assumiu que, no caso concreto da habitação, o país está a enfrentar um sério problema: “Não escondo que tenho uma certa frustração, para não dizer bastante frustração, pelo facto de a realidade ter sido muito mais dinâmica do que a capacidade de resposta política”.
Por: Idealista