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Há 86 mil famílias em situação de carência habitacional no país

20:05 - 06/10/2023 ECONOMIA
Governo vai entregar 2.900 casas de renda acessível até final do ano, segundo declarações da ministra da Habitação.

Portugal está a viver uma grave crise habitacional, que se agudizou nos últimos anos. Numa entrevista recente, a ministra da Habitação veio dizer que foram identificadas 86.000 famílias com necessidades habitacionais no país, um número bastante superior àquele que foi registado em 2018 – altura em que o levantamento apontava para um universo de 26.000 agregados a precisar de ajuda.

Na Grande Entrevista da RTP, transmitida no dia 4 de outubro, Marina Gonçalves reconheceu que tem em mãos uma das pastas mais complexas do momento, não ficando indiferente à onda de manifestações do último fim-de-semana. “Não é nenhum paternalismo, é empatia. Temos de ter essa empatia com quem se manifesta pela garantia daquele que é um bem fundamental, que é o direito à habitação”, disse a responsável.

A governante rejeitou ainda a ideia de que tenha existido desrespeito institucional em relação Presidente da República sobre o pacote Mais Habitação. “O senhor Presidente da República levanta questões que para nós são uma preocupação e nós estamos a trabalhar nelas. O foco e a responsabilidade do Estado no parque público é uma prioridade e ela está a acontecer”, referiu.

Governo vai entregar 2.900 casas até final do ano

Pelas contas do Governo, há 86.000 famílias em situação de carência habitacional, estando em curso 17.000 processos de construção ou adaptação de habitações para arrendamento acessível. Ainda assim, apenas 2.900 casas devem estar concluídas este ano, e prontas para serem entregues às famílias mais carenciadas.

No parque habitacional do Estado há cerca de 10.000 imóveis identificados, mas tudo depende de “processos invisíveis” que dão uma falsa sensação de que se fez ainda pouco, segundo a ministra.

Sobre um eventual travão às rendas em 2024, Marina Gonçalves nada adiantou. “Qualquer coisa que agora dissesse seria especulativo”, disse ainda a ministra da Habitação.

 

Por: Idealista