HENRIQUE ROCHA NA FINAL É CAMPEÃO DE PARES COM JAIME FARIA

15:30 - 17/10/2023 TAVIRA
DUPLA PORTUGUESA VENCE TERCEIRO TÍTULO NO ITF WORLD TENNIS TOUR. FINAL DE SINGULARES ENTRE OS DOIS PRIMEIROS CABEÇAS DE SÉRIE, APÓS VITÓRIA DO FRANCÊS VALENTIN ROYER
Henrique Rocha qualificou-se hoje (Sábado) para a final do 1.º Tavira Mens Open by Crédito Agrícola, o torneio internacional M25, de 25 mil dólares em prémios monetários, que termina amanhã (Domingo), sob a organização do Tavira Racket Club, no Pedras Tennis & Padel Academy, com um forte apoio da Federação Portuguesa de Ténis (FPT).

O português de 19 anos vai tentar amanhã a primeira “dobradinha” da sua carreira, depois de hoje ter conquistado o torneio de pares, ao lado do seu amigo Jaime Faria. Foi o terceiro título de pares da dupla portuguesa, que jogou a sua quinta final das últimas seis semanas. Faria e Rocha, os primeiros cabeças de série, bateram por 6-3 e 6-1, em 65 minutos, um conjunto inédito, formado pelo ucraniano Aleksandr Braynin e o austríaco David Pichler. Jogaram juntos pela primeira vez e foram logo à final.

Henrique Rocha já ganhou quatro torneios de singulares do ITF World Tennis Tour e agora três de pares, mas nunca logrou vencer as duas provas de uma mesma competição. Será esse o seu desafio para a final de singulares, marcada para as 11h00, frente ao francês Valentin Royer. Sendo este o primeiro torneio do ITF World Tennis Tour organizado pelo Tavira Racket Club, a estreia não poderia ter sido melhor, com uma vitória portuguesa nos pares e uma final de singulares entre os dois primeiros cabeças de série.

Com efeito, Henrique Rocha, o segundo cabeça de série, derrotou pela segunda vez este ano o alemão Sebastian Fanselow, o terceiro pré-designado, por 6-3 e 6-3, em uma hora e 37 minutos. Foi uma repetição da final do segundo M25 realizado em setembro na Quinta da Beloura, em Sintra, já então com o triunfo do português em dois sets sobre o germânico residente na Parede, no concelho de Cascais. Uma meia-final que começou com cerca de uma hora e meia de atraso, devido à forte chuva matinal, mas o resto do dia foi soalheiro, quente e húmido.

«Na final da Beloura foi o único dia das duas semanas em que esteve vento e hoje foi o único dia da semana em que esteve vento, por isso, sim, tem sido uma constante jogar com ele quando está vento e em dias em que chove de manhã, porque lá também choveu de manhã. Eu lido bem com estas situações, porque não é nada que dependa de mim», analisou Henrique Rocha, que fez a sua melhor exibição ao nível do serviço, com 4 ases, 76% de primeiros serviços e 64% de pontos no primeiro serviço.

Sebastien Fanselow concordou com o português: «Hoje foi difícil porque estava vento, com condições de jogo diferentes dos últimos dias. O Henrique jogou melhor, adaptou-se melhor do que eu a essas condições e é um justo vencedor».

Depois, foi a vez de Valentin Royer, o n.º1 do torneio, superar o quinto cabeça de série, o costa-marfinense Eliakim Coulibaly, por 6-3 e 6-2, em uma hora e 21 minutos. Foi a desforra do europeu da derrota que o africano tinha-lhe imposto em setembro no Challenger 125 de Saint Tropez, então em três sets.

Tanto Henrique Rocha como Valentim Royer chegam à final sem ter cedido qualquer set e será o segundo confronto entre ambos. Em setembro, no Challenger 75 de Como, em Itália, em terra batida, o jogador natural de Paris, que reside em Montpellier, saiu vencedor do embate entre ambos na primeira ronda do qualifying, por 6-4 e 6-2.

Henrique Rocha sabe que não será fácil, mas acredita ter hipóteses: «É um jogador com muito bom serviço, é um jogo muito sólido, faz tudo bem, vai para a frente quando tem de ir para a frente. Joguei com ele este ano, perdi 6-4 e 6-2, mas no primeiro set tive 10 break-points e não concretizei nenhum. O primeiro set poderia perfeitamente ter calhado para mim. Perdi, é isso que ficou escrito, mas, na minha cabeça, sei que poderia ter ganho aquele encontro e amanhã será seguramente diferente».

Uma coisa é certa, o atleta do Centro de Alto Rendimento da FPT nunca perdeu uma final do ITF World Tennis Tour. Venceu as quatro anteriores que disputou, todas este ano, e já por quatro vezes na sua carreira derrotou adversários do top-300 do ranking mundial, incluindo as grandes vitórias que obteve no qualifying do ATP 250 do Estoril. Valentin Royer é o 275.º do ranking mundial, perto do seu melhor de 267.º em abril deste ano, enquanto Henrique Rocha ocupa a sua melhor posição de sempre, a 321.ª, e já sabe que, com o apuramento para a final, irá melhorar esse recorde pessoal, subindo para 319.º. 

«Vou para esta final com quatro finais ganhas, espero que amanhã encha uma mão. Sem dúvida que estou bastante motivado, sinto-me a jogar bem e isso é o mais importante antes de jogar uma final», disse o jogador nascido no Porto e que treinou na Maia antes de ser integrado no CAR do Estádio Nacional, em Oeiras.

Uma motivação reforçada pelo triunfo na final de pares. «Nós temos vindo a jogar bastante bem – disse Jaime Faria – e já andamos a jogar juntos este ano desde ali quando fomos a uns torneios em Itália e depois a Espanha. Desde aí fomos criando alguma química e esse é um dos segredos, também jogamos com boa intensidade, com simplicidade a fechar os pontos, jogamos bem ao fundo, bem à rede. Este terceiro título é um prémio para nós, porque já perdemos tanta final que ameniza a coisa». O português de 20 anos e o seu parceiro de 19 já tinham levantado anteriormente os troféus nos M25 de Setúbal e Martos (Espanha), ambos este ano. 

Entretanto, amanhã (Domingo), inicia-se já a fase de qualificação do 2.º Tavira Mens Open by Crédito Agrícola, com a presença de 19 portugueses.
Por FPTénis