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Preços das casas continuam a subir – mas ritmo já é mais lento

09:10 - 31/10/2023 ECONOMIA
Em 17 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, os valores desaceleraram, indica o INE.

Os preços das casas continuam a subir e a bater recordes em todo o país. No 2º trimestre de 2023, o valor mediano dos alojamentos familiares vendidos em Portugal foi de 1.629 euros por metro quadrado (m2), um aumento de 9% face a igual período do ano passado, e de 7,6% face ao primeiro trimestre do ano. Apesar disso, o ritmo de crescimento já não é o mesmo, segundo dados divulgados esta quarta-feira, 25 de outubro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Na maioria dos grandes municípios, os valores começaram a desacelerar.

“No 2º trimestre de 2023, ocorreu uma desaceleração dos preços da habitação em 17 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes (14 no 1º trimestre de 2023)”, destaca o INE, no relatório de Estatísticas de Preços da Habitação ao nível local.

O ritmo de crescimento caiu mais de 10 pontos percentuais (p.p.) em alguns municípios. É o caso de Barcelos, onde foi registada uma desaceleração de 17,8 p.p, Loures (menos 11,6 p.p.) e Odivelas (quebra de 10,3 p.p.). “Em sentido oposto, houve um aumento da taxa de variação homóloga em sete municípios, evidenciando-se Funchal (+20,1 p.p.) e Matosinhos (+12,3 p.p.)”, diz o INE. Já o município do Porto teve uma subida de +7,1 p.p. e o de Lisboa de +3,7 p.p.

Sem surpresa, os municípios de Lisboa (4.275 euros/m2), Cascais (3.902 euros/m2 ), Oeiras (3.166 euros/m2 ) e Porto (2.857 euros/m2 ) continuam a ocupar os lugares de topo no ranking de localidades onde é mais caro comprar casa no país.

 

Preços das casas disparam nas áreas metropolitanas

À exceção de Santa Maria da Feira e Gondomar, os municípios com mais de 100 mil habitantes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto "registaram preços medianos de habitação superiores ao valor nacional”. Na frente da corrida aparece Lisboa, que apresenta o valor mais elevado: 4.275 euros/m2. Segue-se Cascais (3.902 euros/m2), Oeiras (3.166 euros/m2) e Porto (2.857 euros/m2).

Deste conjunto de 17 municípios das áreas metropolitanas com mais de 100 mil habitantes, "onze apresentaram taxas de variação homólogas superiores à nacional (+9,0%)". Destacam-se Matosinhos (+19,6%), Loures (+14,9%), Porto (+13,4%) e Lisboa (+12,9%). Por outro lado, Vila Franca de Xira (+7,6%), Oeiras (+6,2%), Santa Maria da Feira (+5,9%), Almada (+4,9%) e Odivelas (+3,5%) tiveram taxas de variação homóloga inferiores às do país.

comprar casa
 
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Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, mas fora das áreas metropolitanas, apenas Funchal e Coimbra apresentaram simultaneamente um preço mediano (2.559 euros/m2 e 1.812 euros/m2, respetivamente) e crescimento homólogo (+33,4% e +9,2%) superiores ao nacional.

Para além destes municípios, também Braga (+12,5%), Vila Nova de Famalicão (+9,5%) e Leiria (+9,4%), registaram taxas de variação homóloga superiores à do país. O município de Barcelos foi o único a registar um decréscimo no preço mediano da habitação entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes (-5,3%).

Estrangeiros compram as casas mais caras - gastam o dobro dos portugueses em Lisboa

Segundo o INE, continuam a ser os estrangeiros que compram as casas mais caras em Portugal. Entre abril e junho de 2023, o valor mediano das casas vendidas a cidadãos com domicílio fiscal no estrangeiro situou-se nos 2.409 euros/m2, traduzindo uma subida de 5,1% face ao trimestre homólogo. Já os portugueses gastaram em torno de 1.588 euros/m2, mais 8,7% face ao mesmo trimestre de 2022.

estrangeiros em Portugal
 
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Os dados mostram ainda que, nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, o preço mediano das transações efetuadas por compradores estrangeiros superou, respetivamente em 61,3% e 91,6%, o preço das casas compradas por portugueses.

O Alentejo foi a região que registou a maior diferença de preços entre compradores estrangeiros (2.266 euros/ m2) e os compradores portugueses (905 euros/m2). Segundo o INE, registou-se uma diferença de 150,4%.

 

Por: Idealista