O transtorno afetivo sazonal é um tipo de transtorno de humor que está relacionado com a sazonalidade das estações do ano.
Os sintomas do transtorno afetivo sazonal começam a manifestar-se, por norma, no início do outono e continuam nos meses de inverno, desaparecendo com a chegada da primavera e verão. É uma condição que afeta sobretudo os adultos e mais as mulheres.
Na maioria dos casos, os sintomas de transtorno afetivo sazonal podem incluir sensação de apatia, tristeza ou depressão durante a maior parte do dia, quase todos os dias; perda de interesse por atividades de que gostava antes; energia reduzida; dormir demais; ter desejos por hidratos de carbono, comer demais e ganhar peso; dificuldade de concentração e sensação de desespero.
A causa específica do transtorno afetivo sazonal permanece desconhecida mas há fatores que podem contribuir para este problema, sendo um deles o relógio biológico (ritmo circadiano) já que a diminuição da luz solar, típica dos meses mais frios, pode perturbar o relógio interno do corpo e levar a sentimentos de depressão.
Outro dos motivos tem a ver com os níveis de serotonina, uma substância química cerebral (neurotransmissor) que afeta o humor. A luz solar reduzida pode causar uma queda na serotonina que, por sua vez, pode desencadear este transtorno.
Há ainda a ter em conta os níveis de melatonina, que desempenha um papel nos padrões de sono e no humor, que podem ficar desequilibrados devido à mudança de estação.
Os especialistas aconselham a levar a sério este transtorno que, por tratar, pode piorar e causar problemas em casa ou no trabalho, levar ao abuso de substâncias e a outros transtornos de saúde mental, como ansiedade ou transtornos alimentares. Aliás, Portugal é o segundo país da OCDE com maior utilização de antidepressivos, sendo que no caso dos ansiolíticos, é mesmo o primeiro. Uma análise aos dados do INFARMED de 2022 mostram que no último trimestre do ano (outubro, novembro e dezembro) foram dispensadas, em meio ambulatório, 3.003.821 embalagens de antidepressores, sendo este o trimestre com o valor mais elevado de dispensa deste tipo de medicamentos. O mesmo acontece com a classe dos ansiolíticos, sedativos e hipnóticos, onde é também maior o consumo nos três últimos meses do ano (2.701.765 embalagens).
Por: GuessWhat