Estabelecimentos de AL continuam a atrair turistas registando 10,8 milhões de dormidas até novembro, um novo máximo histórico.
Ao longo de 2023, o Alojamento Local (AL) deu muito que falar. Com o Governo a alegar que este negócio de arrendamento de casas de curta duração contribui para a subida do preço da habitação no país, decidiu apertar o cerco à atividade com o Mais Habitação, pacote que entrou em vigor no dia 7 de outubro. Apesar das polémicas, os estabelecimentos de AL continuaram a atrair turistas portugueses e estrangeiros de tal forma que, a um mês de fechar o ano, já foi contabilizado um máximo histórico de 10,8 milhões de dormidas nestes alojamentos em 2023.
Tal como noticiou o idealista/news em rejeito de resumo, o Alojamento Local esteve no “olho do furacão” do Governo ao longo do ano, que acabou mesmo por implementar várias medidas que restringem a atividade. No Mais Habitação foi incluída, por exemplo, uma contribuição extraordinária de 15% sobre os AL localizados no litoral; a obrigação de provar que o AL está em atividade para manter licença até 2030 (depois renovável em cada 5 anos); ou ainda a suspensão de novas licenças de AL para os territórios de alta densidade.
Apesar de o AL em Portugal estar envolto de polémica, os turistas continuaram a escolher este tipo de alojamento turístico para pernoitar em Portugal. Em concreto, estes alojamentos temporários – como moradias, apartamentos, hostels, entre outros, com 10 ou mais camas – registaram cerca de 10,7 milhões de dormidas entre janeiro e novembro de 2023. E este valor constitui mesmo um máximo histórico na série do Instituto Nacional de Estatística (INE) que remonta a 2013, mesmo considerando as dormidas totais nos anos anteriores (isto é, de janeiro a dezembro).
Analisando as dormidas anuais em AL desde 2013, verifica-se que foram sempre aumentando ano após ano, alcançado os 10,2 milhões de dormidas em 2019 – que até agora era o valor máximo registado. Depois, em 2020, a atividade caiu por culpa da pandemia da Covid-19 e logo foi recuperando aos poucos nos dois anos seguintes, registando 9,3 milhões de dormidas nos estabelecimentos de AL no final do ano passado, mostram os dados do INE publicados esta sexta-feira, dia 29 de novembro.
Posto isto, tudo indica que, apesar de 2023 ter sido o ano em que o Alojamento Local mais levantou polémicas e preocupações, foi também o momento em que atraiu mais turistas estrangeiros e portugueses para pernoitar em Portugal.
Importa recordar que, segundo a definição do INE, o Alojamento local (AL) inclui vários tipos de alojamentos turísticos de curta duração, como moradias, apartamentos, estabelecimentos de hospedagem (incluindo os hostels). E inclui ainda pensões, albergarias, motéis e estalagens anteriormente classificadas como “Outros alojamentos turísticos”. “São considerados apenas os estabelecimentos de alojamento local com 10 ou mais camas, de acordo com o limiar estatístico previsto no Regulamento UE 692/2011”, explica ainda.
Por: Idealista