Crédito habitação: montante total sobe (um pouco) pela 1.ª vez em 2023

12:26 - 07/01/2024 ECONOMIA
Stock de créditos habitação esteve a cair durante 10 meses consecutivos devido à subida das amortizações e descida da procura.

O valor total de crédito habitação em Portugal esteve a descer durante 10 meses consecutivos, tendo registado em outubro o menor valor desde maio de 2022. Esta tendência foi sustentada pelo aumento de amortizações antecipadas ao longo do ano estimuladas por vários apoios, bem como pela redução da procura por empréstimos habitação. Mas em novembro de 2023 o Banco de Portugal (BdP) revelou que o montante total de créditos habitação aumentou ligeiramente face ao mês anterior para 99,1 milhões de euros, muito embora se encontre abaixo do valor total apurado um ano antes.

“O montante total de empréstimos para habitação era de 99,1 mil milhões de euros em novembro, o primeiro mês de 2023 em que se registou um incremento mensal, embora de montante reduzido”, traduzindo-se num ligeiro aumento de 26 milhões de euros”, revela o BdP no boletim publicado esta terça-feira dia 2 de janeiro de 2024. A recente descida das taxas Euribor (iniciada em novembro) pode ter estimulado a procura de crédito da casa, explicando esta ligeira subida.

Já face ao valor total de crédito habitação registado um ano antes (novembro de 2022), verifica-se que houve uma redução de 1,1%. Isto é, há um ano o stock de empréstimos da casa era de 100,2 mil milhões de euros, o que contrasta com os atuais 99,1 mil milhões ( menos mil milhões de euros). É preciso recuar até junho de 2022 para encontrar um valor total tão baixo, revelam os dados do regulador português.

Montante total de empréstimos habitação desceu durante 10 meses seguidos

Apesar da pequena subida mensal do stock de créditos habitação existentes em Portugal em novembro, importa recordar que este valor total esteve a cair durante dez meses consecutivos (de janeiro até outubro), culminando no menor valor registado desde maio de 2022 (de 98,7 mil milhões de euros).

E, segundo apontou o BdP, há dois motivos que explicam esta descida: “Este decréscimo reflete, por um lado, o aumento das amortizações antecipadas e, por outro, o abrandamento na procura de crédito à habitação”, derivado do aumento dos juros, da perda de poder de compra e menor confiança no mercado.

De notar que com a subida a pique das taxas de juro ao longo de 2023, muitas famílias têm decidido usar poupanças para amortizar antecipadamente créditos (parcial ou totalmente). Até porque há vários apoios públicos que estão a incentivar esta tendência, como é o caso da suspensão da comissão de amortização antecipada para créditos habitação de taxa variável e ainda a possibilidade de resgatar poupanças dos Planos de Poupança e Reforma (PPR) para amortizar os créditos, sem quaisquer penalizações. Estas duas medidas vão continuar em vigor em 2024, continuando a estimular esta tendência.

 

Por: Idealista