Dez países viram o preço das casas a cair no verão de 2023. Em Portugal, as casas ficaram 7,6% mais caras, aponta Eurostat.
A procura por casas à venda na Europa arrefeceu ao longo de 2023 à medida que os juros nos empréstimos habitação foram subindo e o poder de compra foi sendo esmagado pela inflação. E esta tendência tem tido reflexo nos preços da habitação. Os dados do Eurostat esta quarta-feira divulgados revelam que o preço das casas para comprar na Zona Euro desceu 2,1% no terceiro trimestre de 2023 face ao período homólogo. Já em Portugal as casas à venda continuam a ficar mais caras, embora o ritmo de subida dos preços tenha abrandado.
“No terceiro trimestre de 2023, os preços da habitação, medidos pelo Índice de Preços da Habitação, caíram 2,1% na área euro e 1,0% na UE em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior”, lê-se na nota publicada pelo gabinete de estatística europeu esta quarta-feira (dia 10 de janeiro). Isto quer dizer que a tendência em baixa da evolução dos preços das casas está a acelerar já que no trimestre anterior os preços das casas haviam caído em termos homólogos de forma menos acentuada: 1,5% na Zona Euro e 0,9% na UE.
Estes dados do Eutostat refletem a tendência de descida homóloga dos preços das casas observada em 10 países. Foi mesmo em Luxemburgo, onde os preços das casas mais caíram neste período (-13,6%), seguido pela Alemanha (-10,2%) e a Finlândia (-7,0%).
Portugal continua a fazer parte do grupo de 16 países que viram as casas para comprar a ficarem mais caras entre o verão de 2022 e o verão de 2023, registando uma subida de 7,6% (menor que a observada no trimestre anterior de 8,7%). Este foi mesmo o quinto maior aumento dos preços das casas registado entre os Estados-membros, só superada pela Croácia (10,9%), Polónia (9,3%), Bulgária (9,2%) e Lituânia (8,7%).
Já comparando com o segundo trimestre de 2023, os preços das casas recuaram em apenas sete dos 27 Estados-membros, com o Luxemburgo (-6,3%), a Finlândia (-2,7%) e a Alemanha (-1,4%) à cabeça. E as maiores subidas dos preços em cadeia foram registadas na Polónia (4,5%), na Roménia (3,4%) e na Dinamarca (3,1%). Também em Portugal as casas ficaram 1,8% mais caras entre estes dois momentos.
Casas ficaram 48% mais caras na UE desde 2010 - em Portugal o preço quase duplicou
Se olharmos para a evolução dos preços na habitação desde 2010 até ao terceiro trimestre de 2023, não há margem para dúvidas de que houve um aumento expressivo. Em concreto, os preços das casas na UE subiram 48%, enquanto as rendas das casas aumentaram 22% (e continuam a subir em termos homólogos, 3%).
“Ao comparar o terceiro trimestre de 2023 com 2010, os preços das casas aumentaram mais do que as rendas em 18 dos 27 países da UE”, aponta o Eurostat. Em concreto, os preços da habitação mais do que triplicaram na Estónia (+210%) e mais do que duplicaram na Hungria (+185%), Lituânia (+158%), Letónia (+141%), Áustria (+123%), Chéquia (+122%) e em Luxemburgo (+107%). Também em Portugal os preços das casas quase duplicaram neste período.
Mas também foram registadas diminuições nos preços da habitação em três Estados-membros: Grécia (-14%), Itália (-8%) e Chipre (-2%), apontam ainda.
Já as rendas das casas aumentaram em 26 países da UE, com os maiores aumentos na Estónia (+218%), Lituânia (+170%) e Irlanda (+100%) – em Portugal o aumento ronda os 30%. Neste mercado, a única diminuição dos preços das rendas foi registada na Grécia (-20%).
Por: Idealista