Na próxima quinta-feira, dia 25 de janeiro, alunos do CIV - Colégio Internacional de Vilamoura (Year 9, Year 10 e 8.º ano) vão dar corpo às questões levantadas pela comunidade CIV na XI edição do Festival de Perguntas (este ano sob o mote:
“Que pergunta farias ao passado?”) e desenhá-las nas montras de uma das ruas comerciais da cidade de Loulé.
Para além da ilustração de perguntas em 16 montras comerciais da Rua de Portugal, os alunos frequentarão duas atividades, uma no Arquivo Municipal e outra no Loulé Criativo, localizado no Palácio Gama Lobo. Os estudantes vão desenvolver uma conversa com os artesãos Wesley (maker da madeira) e Manuel Amorim (luthier), e tentar captar qual a importância do passado num trabalho que perdura no tempo.
No Arquivo Municipal, vão tomar contacto com recursos marcantes do espólio e que, de alguma forma, se conectam com perguntas realizadas pelos alunos: “Como foi feita a luz?” (Bianca Vieira, 6 anos); “Porquê as meninas não podiam votar?” (Quinn Trennor-Leah, 8 anos); “O passado está bem?” (Miguel Wang, 9 anos); “Como comia o passado?” (Catarina Cristina, 7 anos); “O meu avô chamava-se Joop. Onde nasceu o meu avô, do meu avô, do meu avô Joop?” (Sara Heuvelman, 7 anos); “As pessoas eram mais inteligentes antigamente?” (Henrique Sepúlveda, 10 anos) e “Como é que eram as escolas?” (Chloé Schoos, 10 anos).
O Festival de Perguntas tem lugar todos os anos, numa organização conjunta do grupo disciplinar de Filosofia, em articulação com a Biblioteca Escolar do CIV, como forma de assinalar o Dia Mundial da Filosofia. O festival envolve a participação de toda a comunidade (alunos, docentes e não docentes), através da elaboração de uma pergunta, este ano sob a temática: “Que pergunta farias ao passado?”
Foi sob este mote que o CIV recebeu recentemente o Professor Doutor Alexandre Franco de Sá, da Universidade de Coimbra. Seguindo essa proposta, o professor debruçou-se sobre três outras questões na sessão dirigida aos alunos de ensino Secundário: “Como tudo isto começou?”; “Como pensamos o passado?” e “O que é que o passado tem que ver connosco?”.
Para o filósofo, “As perguntas de Filosofia são um convite à confrontação”; “As perguntas fundamentais (Grundfragen) têm, na sua base, um abismo”. “Podemos viver sem pensar nisso, mas viver sem pensar nisso é prescindir do que somos (…) Estamos numa vida, cuidamos, irritamo-nos, temos amigos, e isso não é um jogo de computador”.
“As perguntas traduzem o nosso espanto e inquietação quanto ao mundo e projetam as nossas dúvidas acerca de como esse mundo é e de como poderia ser. É um exercício de pensamento livre que, além de espelhar o pensamento de cada participante, tem o condão de indagar e provocar o pensamento do outro, quando as diferentes perguntas são publicadas”, refere Laurinda Silva, docente de Filosofia responsável pelo evento.
“Esta iniciativa faz parte da estratégia do CIV na promoção de um ensino que assenta no questionamento, na promoção da curiosidade, cultivando a autonomia e a formação de crianças e jovens capazes de olhar para o mundo de forma crítica. As perguntas são, desde sempre, a alavanca para a construção de significados e para a construção do conhecimento. Trabalhar o pensamento crítico nas escolas é absolutamente fundamental para que os jovens de hoje constituam adultos com a capacidade de pensar de forma clara e independente sobre a complexidade do mundo. A força e a vitalidade das estruturas democráticas dependem dos pensadores críticos em formação”, salienta Cidália Ferreira Bicho, Diretora Pedagógica do CIV, sobre a importância da arte de perguntar.
O Festival de Perguntas teve início a 16 de novembro de 2023 e prolonga-se ao longo do ano letivo.
CIV