O INEM encaminhou no ano passado 8.796 doentes com suspeita de Acidente Vascular Cerebral para os hospitais mais adequados, através da Via Verde do AVC, mais 1.920 do que em 2022, representando uma média de 24 casos diários.
O distrito de Lisboa foi o que registou o número mais elevado de casos encaminhados, 1.665 doentes, seguido do Porto e Setúbal, com 1.639 e 640 casos, respetivamente, revelam os dados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) divulgados hoje a propósito do Dia Nacional do Doente com AVC, que se assinala a 31 de março.
A idade média dos doentes atendidos através da Via Verde do AVC foi de 73,9 anos, refere o INEM, acrescentando que, do total de casos registados no ano passado, 50% eram mulheres e 50% homens.
Os dados apontam um aumento crescente do número de casos encaminhados desde 2019, ano em que foram transportados pelo INEM 4.415 doentes. Este número subiu para 4.939 em 2020, para 5.816 em 2021, para 6.876 em 2022 e para 8.796 em 2023.
O INEM ressalva que este aumento “não implica necessariamente um aumento da incidência desta doença, podendo justificar-se pela maior consciencialização da importância do contacto precoce com o 112 ou com a Linha de Saúde SNS24 (808 24 24 24), levando ao aumento das situações de suspeita de AVC em que o INEM intervém”.
Outra explicação apontada pelo instituto para este aumento reside no maior número de registos comparativamente a anos anteriores, realizados através da plataforma informática iTEAMS (INEM Tool for Emergency Alert Medical System).
“Estando já em funcionamento em todos os meios de emergência médica do INEM, a disseminação desta ferramenta por 133 entidades parceiras do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), nomeadamente corpos de bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa, tem permitido melhorar significativamente a capacidade de tratamento de dados pelo INEM”, sustenta.
O INEM alerta para as pessoas ligarem de imediato para o 112 no caso de sentirem falta de força num braço, a boca ao lado ou dificuldade em falar.
“As primeiras horas após o início dos sintomas de AVC são essenciais, pois é nesta janela temporal que os principais tratamentos têm maior eficácia”, salienta em comunicado.
Por esse motivo, acrescenta, “ligar 112 e colaborar com os profissionais do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) é fundamental para uma triagem e encaminhamento corretos de todas as situações suspeitas de AVC”.
O AVC é um défice neurológico súbito, motivado por isquemia (deficiência de irrigação sanguínea) ou hemorragia no cérebro e continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal, sendo também a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares.
Para prevenir o AVC devem ser adotados hábitos de vida saudáveis, evitar o tabaco e a vida sedentária e ter especial atenção a doenças como a hipertensão, diabetes ou arritmias cardíacas.
Lusa