Batévias ou Batavias (fig. Brasão - “dispereert niet”) é um apelido relacionado com a tribo germânica dos Batavos que povoou a atual Betuwe, ilha fluvial formada pelos rios Reno e Wall, nos atuais Países Baixos… onde o apelido é vulgar.
Aliados dos Romanos, os Batavos foram integrados na sua cavalaria. Revoltaram-se em 69 e acabaram por ser assimilados pelos Francos Sálicos (358) quando o Imperador Juliano lhes cedeu a Toxandria, entre as fozes dos rios Mosa e Escalda…
O apelido aqui chegou numa altura em que o Algarve era aportado na rota comercial entre Génova e a Flandres. Em Lagos, Rodrigo Afonso Batévias foi casado com Mor da Cunha, por volta de 1450…
Inês Gonçalves Batavias, filha de Rodrigo e de Mor da Cunha, casou com Estêvão Rebelo (filho de Rodrigo Rebelo e de Teresa Vaz). Estêvão foi nomeado alfaqueque (resgatador dos cativos) dos Algarves, por carta de D. Afonso V (1478) e confirmado no cargo de alfaqueque-mor por D. João II (1482). Foi Fidalgo da Casa de D. Manuel (1498) ao obter mercê de terra para semear trigo no azambujal de S. Pedro, onde se chama Castelo Ventoso, termo de Lagos.
João Gonçalves Batavias, filho de Estêvão Rebelo e de Inês Gonçalves, era em 1502 Cavaleiro e Almoxarife (administrador e cobrador de impostos) da Casa Real e o 1º Feitor das Almadravas (armações de atum).
Pedro Lopes Batavias, filho do anterior e nascido em cerca de 1500, casou com Isabel d'Orta e sucedeu ao pai como 2º Feitor das Almadravas.
Joana d'Orta Batavias, filha de Pedro Lopes e de Isabel d'Orta, casou com o seu tio Rodrigo Rebelo (filho de Estêvão Rebelo e de Inês Gonçalves Batavias). Rodrigo foi Cavaleiro Fidalgo da Casa Real e Juiz da Alfândega de Lagos, cargos confirmados por D. João III em 1537. Foi também Provedor da Santa Casa da Misericórdia de 1537 a 1539 e caiu em combate em Tânger (Teresa Bustorff, 2024).
Rodrigo e Joana tiveram vários filhos - Estêvão Rebelo d'Orta, Vicente Rebelo, Pedro Lopes Rebelo e António Rebelo d’Orta que não terão dado continuidade ao apelido Batavias…