A 14 de julho de 2024, foi lançada uma agência pioneira em Portugal.
Exclusivamente dedicada ao ofício da escrita, a AS – Agência de Marketing e Comunicação para Autores promete habilitar os escritores nacionais a prosperar no competitivo mundo da publicação.
Analita Santos, ativista literária, mentora de escritores emergentes e autora de Erros de Português Nunca Mais, livro dedicado a dúvidas linguísticas que figurou no top nacional de vendas de não-ficção, quis criar um projeto que juntasse o marketing com a paixão da escrita: «Cada autor possui uma voz única que merece ser ouvida, uma história singular que merece ser contada e uma visão que merece ser conhecida», lê-se no website da agência.
A AS integra na sua equipa parceiros estratégicos de referência nacional, profissionais independentes com experiência e gosto pela literatura que asseguram a maior qualidade dos serviços prestados desde edição, revisão, paginação, design editorial e, como consta no nome da agência, marketing e comunicação.
Qual a necessidade deste tipo de serviço em Portugal? A verdade é que os portugueses leem cada vez mais, nomeadamente os jovens. A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) desenvolveu, no ano passado, um estudo que indica que 62% da população nacional comprou livros, sendo as pessoas entre os 15 e os 34 anos as que mais compraram. Porém, os livros em língua inglesa estão a ganhar terreno neste mercado em relação às obras nacionais. A APEL indicou que a venda de livros em inglês representou, no primeiro trimestre de 2024, um crescimento de 33% em relação ao mesmo período do ano passado, o que está a gerar preocupação nos editores portugueses. Os livros editados no Reino Unido ou nos EUA «têm tiragens infinitamente superiores», diz Pedro Sobral, presidente da APEL.
Deste facto parte outro objetivo da AS: num mercado editorial no qual os escritores internacionais obtêm a preferência dos leitores (e das editoras), a combinação de qualidade literária na escrita com estratégias de marketing e comunicação torna-se essencial para o êxito dos autores nacionais.
Isto deve-se, em maior parte, ao fenómeno do booktok, uma comunidade de amantes de literatura que se instalou no Tiktok e se espalhou por outras redes sociais. Os chamados influencers literários dominam o mercado livreiro como nunca visto, recomendando, sobretudo, livros de autoria estrangeira e do género Young Adult (YA).
Com isto, a necessidade de estar presente enquanto autor nestes espaços online ganhou, desde a pandemia, uma importância notável. Agora, um autor precisa de estar a par das tendências do mundo digital, de se fazer visível e criar uma audiência online através das redes sociais ou de um website próprio, sem esquecer a presença em eventos literários, feiras do livro, clubes de leitura.
A qualidade literária continua a ser um imperativo, sendo igualmente importante para os autores portugueses perceberem se a sua escrita é mais comercial ou literária. Este posicionamento influenciará a sua presença online, estratégia de comunicação e marca pessoal.
Apesar destas alterações no mundo literário, o foco do escritor deverá ser sempre a escrita. A AS propõe uma estreita colaboração com os autores no aperfeiçoamento da escrita através da edição e revisão cuidadas, garantindo posteriormente que as obras são promovidas de forma clara e marcante, independentemente de o escritor ser representado por uma editora tradicional ou preferir o modelo de publicação independente. «Estamos aqui para ajudar a dar vida e visibilidade às suas palavras, seja um aspirante a escritor que quer construir uma carreira literária, um profissional que deseja promover o seu negócio através de um livro, uma editora, ou alguém que quer partilhar a sua história pessoal para inspirar outros», lê-se no website.
Por: O Prazer da Escrita