As paróquias de Estoi e Santa Bárbara de Nexe têm desde 13 de outubro novo pároco.
O padre Luís Gonzaga, de 68 anos, nomeado em julho passado pelo bispo do Algarve, passou a acumular o ministério pastoral naquelas paróquias com o serviço de capelão do Hospital de Faro, iniciado em 2014.
O sacerdote terá associado a si nas duas paróquias o diácono Luís Galante, de 66 anos, que continua o serviço iniciado em 2011 em Estoi e em 2012 em Santa Bárbara de Nexe.
Na Eucaristia de início do serviço do novo pároco, que teve lugar ontem ao final da manhã na igreja matriz de Estoi, o bispo do Algarve, que presidiu à celebração, referiu-se ao monsenhor cónego José Pedro Martins, que era pároco daquelas paróquias desde 2017, a quem o padre Luís Gonzaga veio agora substituir. “Vamos tê-lo presente na nossa oração, agradecendo o seu serviço à nossa Igreja diocesana, exercido de tantas maneiras e modos, nestes últimos anos aqui entre vós e agora limitado na saúde”, afirmou D. Manuel Quintas.
Recorde-se que o monsenhor cónego José Pedro Martins foi acometido de um AVC a 17 de julho de 2023, tendo posteriormente recuperado significativamente com ajuda médica dessa ocorrência, mas a 22 de abril deste ano sofreu um novo episódio que o deixou mais debilitado. Depois de algumas semanas de tratamento em internamento hospitalar, desta vez mais prolongado, foi acolhido no lar do Centro Paroquial de Santa Bárbara de Nexe.
D. Manuel Quintas lembrou que para as cerca de 80 paróquias algarvias, a diocese conta apenas com 59 padres, 15 dos quais pertencentes a institutos religiosos. O bispo do Algarve contabilizou que dos 44 que sobram, “muitos já estão aposentados”, restando só 36, sendo que destes, três não têm paróquias. “São 33 os padres diocesanos que estão no ativo. Por isso, têm de se multiplicar no seu serviço, certamente com a colaboração e participação de todos vós”, evidenciou.
O responsável católico lembrou que o padre Luís Gonzaga, natural de Orvalho, concelho de Oleiros, é oriundo da Diocese de Portalegre-Caslelo Branco, mas veio cedo para o Algarve. Entrou no Seminário de Faro em 1968, com 11 anos, onde trabalhou logo depois de formado e ordenado. Trabalhou ainda nas paróquias da Fuseta, Vila Real de Santo António, Alcoutim e nas do concelho de Aljezur. Foi pároco de Olhão e de São Pedro de Faro, membro da equipa formadora do Seminário de Faro. Desde 2014 era capelão do Carmelo de Faro e assistente da comunidade que, naquela cidade, celebra na igreja da Ordem Terceira do Monte do Carmo, em Faro, serviços que agora deixou de realizar.
“Ao apresentá-lo queria agradecer a sua disponibilidade e a sua disposição para este serviço. É um padre que admiro muito pela sua entrega, generosidade, doação, dedicação. Aquilo que assume procura realizá-lo bem, com amor, com este sentido de entrega, serviço, doação. Confio nas suas qualidades, capacidades e apresento-o e recomendo-o como vosso novo pároco.”, afirmou o bispo diocesano.
O rito de entrada do novo pároco incluiu a leitura da provisão de nomeação, o seu juramento de fidelidade ao colégio presbiteral, ao bispo, ao Papa e a toda a Igreja, e a entrega simbólica da chave da igreja. Após aquele momento, teve lugar um momento de cumprimentos de alguns membros dos conselhos pastorais paroquiais ao novo pároco.
O bispo do Algarve convidou depois o novo pároco a aspergir a assembleia e, após esse gesto, um dos membros do Conselho Pastoral paroquial agradeceu ao bispo diocesano e dirigiu-se ao novo pároco.
Na homilia, D. Manuel Quintas lembrou que a missão de um pároco numa paróquia ou de um bispo numa diocese é ajudar a “ir para o céu”. “A missão que temos, na relação uns com os outros, é ajudarmo-nos, mutuamente e gradualmente, a seguir este caminho, a assumir estas propostas, mesmo que elas sejam exigentes e pareçam desconcertantes”, sustentou, apelando a que se sejam “todos corresponsáveis naquela que é a vida da comunidade, cada um dando o seu contributo de acordo com as suas qualidades e os seus dons”.
Depois da homilia, a Eucaristia prosseguiu com a renovação das promessas da ordenação sacerdotal e a profissão de fé do novo pároco e a ata de posse foi assinada após a celebração.
No final houve ainda um gesto simbólico. D. Manuel Quintas convidou o novo pároco a sentar-se na cadeira presidencial para destacar que é chamado a servir.
“Venho para servir a todos em espírito sinodal”
No final da Eucaristia, que contou com a participação do presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, o novo pároco, que citou palavras que o sucessor lhe dirigiu em abril, recorreu ainda às do apóstolo Paulo. “Sinto-me cheio de fraqueza e de temor. Tudo sou capaz naquele Cristo que me dá força”, citou, apelando ao “trabalho conjunto” com os paroquianos, lembrando que “o serviço pastoral radica no Batismo e compete a todo o povo de Deus”. “Venho para servir a todos em espírito sinodal. Conto convosco na edificação de uma comunidade de servidores aberta a todos. Não me falta boa-vontade e alegre esperança, mas também já sinto o peso de algumas maleitas. Estou desejoso de me deixar contagiar, cada dia mais, pelo desafio evangélico de sermos um em Cristo Jesus”, disse ainda o padre Luís Gonzaga que acrescentou contar, para além do diácono Luís Galante, com a ajuda do padre Oleg Trushko que há 18 anos assiste a comunidade greco-católica ucraniana presente no Algarve e também colabora com aquelas duas paróquias.
O novo pároco tomou ainda posse como presidente do Conselho Fiscal dos Centros Sociais Paroquiais de Santa Bárbara de Nexe e de São Martinho de Estoi.
Folha do Domingo