Fotos: Samuel Mendonça
Domingo de Ramos: «Devemos deixar-nos envolver e entrar no mistério pascal para também morrermos e ressuscitarmos com Cristo»

10:00 - 16/04/2025 FARO
«Devemos deixar-nos envolver e entrar no próprio mistério pascal para também nós morrermos e ressuscitarmos com Cristo», apelou o bispo do Algarve na manhã, do dia 13 de abril, na celebração do Domingo de Ramos que deu início à Semana Santa.
“Morremos para o pecado e assumirmos a vida nova, esse dom que recebemos no nosso Batismo”, clarificou D. Manuel Quintas na homilia que proferiu na Eucaristia na Sé de Faro, após a bênção realizada diante da igreja da Misericórdia e a procissão dos ramos que se seguiu até à catedral.
 
Referindo-se ao significado da paixão, morte e ressurreição de Jesus, o bispo diocesano realçou que “a sua glorificação mostra que uma vida vivida deste modo não termina no fracasso, mas na ressurreição geradora de vida nova”.
 
“A liturgia da Igreja nesta semana não se dirige propriamente a provocar a nossa emoção e comoção, mas antes a tornar mais profunda e bem alicerçada a nossa fé”, advertiu, acrescentando: “o caminho percorrido por Cristo, que celebramos de modo particular nesta semana, deve ser o nosso caminho. Que cada dia desta semana, e quanto nele celebramos, possa servir-nos de estímulo e apoio no seguimento e na identificação com Cristo”.
 
O bispo do Algarve pediu ainda aos católicos que façam desta semana “também um tempo privilegiado de celebração e vivência do Ano Jubilar como peregrinos de esperança”. “Peregrinar significa percorrer um caminho, não só com os olhos e os pés, do ponto de vista geográfico, mas sobretudo com o coração”, sublinhou, lembrando que “assumir-se como peregrino é próprio de quem procura o sentido da vida, de quem pretende redescobrir o valor do silêncio, do esforço de superação de si mesmo, da procura daquilo que é essencial”.
 
“Que esta semana seja para todos nós uma oportunidade de crescimento na fé, de adesão a pessoa de Cristo e, sobretudo, de nos redescobrirmos mais uma vez como seus discípulos chamados anunciar o Evangelho, chamados a anunciá-lo a Ele como Cristo vivo e ressuscitado”, pediu.
 
No início da celebração de bênção dos ramos, D. Manuel Quintas pretende ajudar a “cultivar os mesmos sentimentos daqueles que acolheram Jesus em Jerusalém”, uma “atitude espontânea, generosa e sincera” daqueles que “aclamavam Jesus não só como rei esperado, mas sobretudo como Messias esperado”.
 
O bispo do Algarve evidenciou que “Jesus entra montado num jumentinho”, “não vem com sentimentos de guerra, não vem para exigir um trono”. “Vem com sentimentos de alguém que quer construir um mundo diferente, um mundo de paz e não de guerra, um mundo onde há lugar para todos, um mundo onde o amor, o perdão, a bondade seja lei”, prosseguiu.
 
D. Manuel Quintas desafiou os católicos a aderir àquela atitude, levando os ramos nas mãos, mas no “coração uma adesão firme à pessoa de Jesus”, “sobretudo acolhendo o estilo, o modo como Ele quis ser rei”. “Veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida e é isso que nós vamos celebrar esta semana”, evidenciou, pedindo a todos que “uma adesão de fé e de amor à pessoa de Cristo” e, sobretudo, o “compromisso” de fazerem “da vida também um dom e um serviço a todos os outros”.
 
A Semana Santa terá como ponto alto a celebração da Vigília Pascal no próximo sábado, 19 de abril, na passagem de Sábado Santo para Domingo da Ressurreição. Este acontecimento, que sustenta a sua fé, trata-se da celebração mais importante para os cristãos.
 
A imersão no «coração» das celebrações pascais dá-se na Quinta-feira Santa (17 de abril) com o início do Tríduo Pascal, na Missa vespertina da Ceia do Senhor.
 
 
Folha do Domingo